O Rio Grande do Norte registra o segundo maior preço médio de comercialização do Gás Natural Veicular (GNV) do Brasil, com R$5,15 por metro cúbico. O valor resulta da nova base de cálculo do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), publicada em Diário Oficial da União (DOU) da última sexta-feira (9). De acordo com os preços publicados na tabela, o valor médio dos postos potiguares fica atrás somente do Distrito Federal (DF), em que foi registrado R$6,78por metro cúbico.
O novo Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) apresentados na tabela deverão ser adotados pelos estados a partir de sexta-feira (16) para o Convênio ICMS nº110/07, o que pode impactar ainda mais o mercado. O convênio dispõe sobre o regime de substituição tributária e define procedimentos para o controle, apuração, repasse, dedução, ressarcimento e complemento do imposto na operação com combustíveis e lubrificantes, derivados ou não de petróleo.
A nova base de cálculo do Confaz leva em conta informações recebidas das unidades federativas. Acre, Goiás, Pernambuco, Piauí, São Paulo e Tocantins não enviaram informações e, por isso, não tiveram o cálculo consolidado. O valor mais próximo ao RN e DF é de R$ 5,04 na Paraíba. Na sequência, aparecem Santa Catarina (R$ 4,99), Ceará (R$ 4,99) e Minas Gerais (R$ 4,90). Alagoas (R$ 4,77) e Rio de Janeiro (R$ 4,52) tiveram redução no preço médio.
Na tarde desta segunda-feira (12), a reportagem da TRIBUNA DO NORTE visitou postos de combustíveis de Natal, onde os consumidores reclamaram dos preços atuais em vigor. No cruzamento da Avenida Campos Sales com a Rua Apodi, no Tirol, um estabelecimento com o preço de R$5,09 apresenta grande recorrência de motoristas que usam o GNV.
Talita Sobral, 39 anos, usa o Gás Natural Veicular há cerca de seis anos. Na época, quando decidiu aderir, ela explica que gastava aproximadamente R$17,00 para abastecer cilindro, enquanto neste ano já chegou a pagar mais de R$45,00. “Antes valia a pena, mas se fosse hoje não sei mais se teria essa mesma decisão [de instalar]”, afirma enquanto lembra dos custos de instalação e manutenção.
Como empresária na área de turismo e por já estar com o sistema instalado, Talita pontua que o consumo do veículo no gás ainda compensa. Além da circulação profissional, ela relata grandes gastos com deslocamento das filhas, entre escolas e atividades extracurriculares, que fazem o GNV ainda se consolidar como um bom negócio.
A grande circulação com o carro também foi uma decisão de Luiz Carlos, 42 anos, motorista de aplicativo que decidiu instalar o GNV há dois anos. Antes, ele lembra que o preço do Gás era quase metade do valor da gasolina e assim decidiu investir cerca de R$ 4 mil para colocar o todo o sistema. “Hoje em dia, eu rodo cerca de 200km gastando R$100,00. Antes era bem menos. A gasolina estava quase R$8, enquanto o gás era R$4”, afirma.
Hoje, quando pensa na mudança de preço, Luiz Carlos diz que chegou a desanimar, mas como motorista de aplicativo o uso do sistema ainda se torna necessário. “Pensei até em tirar o GNV na última baixa no preço da gasolina, mas já subiu outra vez, então é melhor se garantir com ele”, avalia. O pensamento é o mesmo de Anderson Diniz, 27 anos, também motorista de aplicativo. Ele instalou o GNV há dois meses, quando gastava cerca de R$150 com gasolina diariamente e agora o custo baixou para R$80 com o sistema.
De acordo com Maxwell Flor, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos-RN), os postos receberam um novo reajuste da Companhia Potiguar de Gás (Potigás) de R$0,04 neste mês. A decisão está valida desde o dia 1º para o trimestre de agosto a outubro deste ano.
No informativo, a Companhia afirma que o aumento foi gerado para uma compensação dos custos adicionais apurados entre os meses de maio e junho deste ano. Também houve influência de um reajuste de margem, autorizado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos (ARSEP) através da Resolução nº 08 de 9 de julho de 2024, e publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) em 10 de julho.
Tribuna do Norte