O Rio Grande do Norte tem 1,1 milhão de potiguares em casas ligadas a uma rede geral de abastecimento, mas sem acesso à água todos os dias. O número representa 32,1% da população, a segunda maior proporção entre todas as unidades da federação e no mesmo patamar do Acre (34%). Somente em Pernambuco (47,9%), as interrupções afetam uma parcela maior de habitantes.
Baseados em levantamento de 2019, os dados fazem parte do estudo “Indicadores Sociais de Moradia no Contexto de Pré-pandemia de Covid-19”, divulgado hoje (23) pelo IBGE. A publicação traz um retrato dos lares brasileiros às vésperas da atual pandemia. Ela revela aspectos importantes para prevenção da doença, como o acesso à água e o adensamento domiciliar (número de moradores de uma casa), fundamentais para análise dos impactos da pandemia e para a adoção de medidas por parte do poder público.
Entre as regiões brasileiras, o Nordeste (24,8%) é a que mais possui a maior parte da população que possui acesso a uma rede geral, mas com “frequência de abastecimento inferior à diária”. Em segundo lugar, está a região Norte (6,6%). No Brasil (10,2%), 21,3 milhões enfrentam o problema.
RN: 45 mil pessoas vivem em casa com apenas quarto e banheiro
Ter apenas um quarto com banheiro para morar é a realidade de cerca de 45 mil potiguares que estão abaixo da linha da pobreza. Esse número corresponde a 3,4% das pessoas em situação de pobreza no estado em 2019.
A proporção da população potiguar submetida a essa condição de moradia está no mesmo patamar da média do Nordeste (3,6%) e abaixo da média nacional (5,7%). A região Norte (15,2%) tem a maior proporção de habitantes nessas condições de todo o Brasil. Os dados desta análise excluem pessoas que moram em pensão, empregados domésticos ou parentes de empregados domésticos.
O estudo mostra, ainda, que a maior parte da população abaixo da linha da pobreza mora em casas com quatro moradores. No estado norte-rio-grandense, 394 mil pessoas dividem o domicílio com outras três pessoas. Isso equivale a 29,7% da população pobre do estado, proporção semelhante à do Brasil (27,4%) e do Nordeste (27,5%) nesta situação de moradia.
Para o estudo, foi considerada abaixo da linha da pobreza a população que tinha rendimento domiciliar por pessoa de até R$ 436 mensais em 2019.