Um dos últimos logradouros da capital a exibir calçamento original do Século XIX, construído com pedra de maré, de arenito ferruginoso, a Travessa Pax ganhará em breve um projeto de preservação e ocupação cultural. Encravada entre as ruas São Tomé e Câmara Cascudo, a travessa passará por um processo de recuperação e também terá nova função a partir da próxima sexta-feira (22), quando a Prefeitura do Natal e parceiros da iniciativa privada irão lançar a placa que receberá o “Espaço Cultural K-Kimbinho”.
A solenidade começa às 17h, com presença dos setores do patrimônio público, entidades envolvidas no projeto e shows de Choro Potengi, Chico Bethoven e o Regional Choro do Elefante, Choro Bom e Carlos Zens, Choro da Terra, Família Pádua, Choro Real e Laryssa Costa e Regional de Choro da EMUFRN. Estes shows irão integrar o Cd ao vivo “Eternamente K-Ximbinho”. O projeto utiliza recursos da Lei Djalma Maranhão, com patrocínio do Morada da Paz (grupo Vila).
Pedaço histórico da cidade do Natal, a Travessa Pax será preservada em sua forma e origem. Manterá a configuração com pedras de arenito ferruginoso (conhecidas como cabeça de nego) e estará proibida para circulação de carros. O Espaço Cultural K-Ximbinho terá palco removível a cada evento e vazado por baixo para evitar contato com as pedras. As Secretarias Municipal Serviços Urbanos (Semsur) e Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana) providenciaram limpeza total e iluminação adequada para o futuro espaço cultural.
Após a conclusão das obras, começa a ser montada a agenda cultural do Espaço K-Ximbinho. “Ao término da obra iremos entregar a Travessa Pax remodelada em sua dignidade, mantendo suas características iniciais e consolidando o processo de ocupação através da música homenageando este grande nome que é K-Ximbinho e assim privilegiar os choristas da cidade”, avalia o secretário de Cultura de Natal, Dácio Galvão.
Sebastião de Barros, o K-Ximbinho (1917-1980), nasceu em Taipu (RN) foi músico, compositor, arranjador, clarinetista, saxofonista e maestro. Exerceu forte liderança no gênero musical do Choro. Aprofundou a introdução de elementos do jazz no choro brasileiro, equilibrando tradição, experimentação e rigor formal. “Trata-se de um dialeto musical vivo. K-Ximbinho projetou-se para o Brasil e para o mundo”, comenta Dácio Galvão.