O último trimestre do ano concentra algumas das datas mais importantes para o comércio varejista. A primeira é o Dia das Crianças, que, em 2023, deve movimentar R$ 96 milhões em Natal e R$ 18 milhões em Mossoró. De acordo com pesquisa do Instituto Fecomércio RN (IFC), o volume injetado na economia deve crescer cerca de 45% na capital, que registrou R$ 66 milhões em 2022; e mais de 60% em Mossoró, que movimentou R$ 11 milhões no ano passado.
Para o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, os negócios potiguares devem estar preparados para aproveitar a data comemorativa. “Esse é um dos períodos de maior faturamento do comércio, então essa projeção de crescimento tão expressiva é muito animadora para os negócios locais. Com mais gente querendo comprar presentes e passear com as crianças, estamos esperando um aumento de pelo menos 35% no valor dos gastos médios”, ressaltou Marcelo.
Em Natal, entre os dias 2 e 12 de setembro, 615 consumidores participaram do levantamento. No município de Mossoró, durante o mesmo período, um total de 570 pessoas foram entrevistadas pela equipe do IFC. O nível de confiança de ambas as pesquisas é de 95%, com margem de erro de 4 pontos percentuais.
Natalenses devem gastar mais de R$ 180 em presentes
A expectativa é que 67,6% dos natalenses vá às compras para o Dia das Crianças – um crescimento de 3,9 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mesmo período de 2022, quando 63,7% dos entrevistados pretendiam comprar. A maior parte pertence ao sexo masculino (68,5%), tem de 35 a 44 anos (75,3%), possui Ensino Médio completo (71,3%) e recebe de 6 a 10 salários mínimos por mês (72,2%).
A maioria deseja presentear filhos (50,6%), enquanto 36% comprará para sobrinhos. Além disso, 44,7% vai adquirir entre dois e três presentes. Com gasto médio de R$ 184,58, os brinquedos são os preferidos de quem vai às compras na capital (59,5%), seguidos de itens de vestuário (32,6%) e calçados (10,1%).
O setor varejista também está otimista para o comércio de Serviços, considerando que a data pode impulsionar a procura por lazer, alimentação e entretenimento. Além de investir em presentes, cerca de 34,4% dos entrevistados pretende passear com as crianças e 27,7% irão a shoppings. Neste passeio, o gasto médio será de R$ 172,95.
Volume movimentado em Mossoró deve crescer mais de 60%
De acordo com o IFC, a maior parte dos mossoroenses (56,9%) também pretende comprar presentes para as crianças. Porém, diferente de Natal, a maioria das pessoas que vai às compras na capital do Oeste pertence ao sexo feminino (57,7%), tem de 35 a 44 anos (66,9%), possui Ensino Médio completo (57%) e recebe de 3 a 5 salários mínimos por mês (65,8%).
Cerca de 55,2% dos entrevistados declarou que gastará com presentes para os filhos, enquanto 30,4% comprarão para os sobrinhos. Além disso – em contraste com a capital potiguar, onde a maioria comprará entre dois e três presentes – 40,6% dos consumidores de Mossoró pretendem comprar apenas um item.
Para tanto, os mossoroenses devem gastar aproximadamente R$ 168,14 – um aumento de 38,5% em relação ao valor registrado em 2022, quando a média foi de R$ 121,41. Os itens mais procurados serão os brinquedos (59,8%) e roupas (36,8%), mas os consumidores também devem gastar cerca de R$ 145,92 levando as crianças para passear (20,4%) e indo à praia ou lagoa (35,7%).
Busca pelos presentes
No principal centro comercial de Natal, a expectativa é de alta movimentação, de acordo com Matheus Feitosa, presidente da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (Aeba). De olho isso, algumas lojas, vão aproveitar o feriado do dia 12 para abrir as portas. Tradicionalmente, o comércio não funciona em feriados.
“A expectativa de vendas do dia dia das crianças é a melhor. Na semana passada, na sexta-feira e no sábado, o Alecrim já estava mais movimentado. Durante essa semana também aguardamos mais movimentação. O Alecrim vai funcionar em horário especial dia 12, das 8h às 14h”, destacou.
Para atrair os pequenos consumidores, cada vez mais exigentes, o Home Center Ferreira Costa, na zona Sul da capital, recheou as prateleiras com bastante novidades para todas as idades. De bonecos a brinquedos educativos, cama e banho, mesa e cadeira, servir ou até mesmo iluminação.
Neste ano, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos prevê um crescimento de 7% em relação a 2022. O aumento, contudo, não é só na raiz do setor. Nas lojas, a procura pelo melhor brinquedo atrelado a preço para presentear a garotada já é muito grande. E a Ferreira Costa já percebeu um aumento de 30% nessa procura.
Brincadeira são fundamentais
as brincadeiras desempenham um papel importante na vida dos pequenos, por isso, elas devem fazer parte da rotina de maneira saudável e adequada a cada etapa de crescimento. Por meio das brincadeiras, por mais singelas que sejam, a criança desenvolve suas capacidades sociais, emocionais e cognitivas, além de descobrir o mundo por meio das experiências, e se divertir. Nesse sentido, os benefícios das brincadeiras podem ser potencializados se elas forem realizadas junto aos pais e amigos queridos, e em meio a ambientes mais próximos à natureza. Tendo essa ideia em vista, uma das principais recomendações de médicos e especialistas em desenvolvimento infantil é reduzir o tempo das inúmeras “telas” às quais os pequenos estão expostos.
Com o consumo cada vez maior da internet e a correria do dia a dia, alguns pais podem encontrar dificuldades ou a falta de ideias para propor brincadeiras “offline”. Apesar da ajuda que a internet oferece para as crianças, principalmente na educação, o uso de telas na infância em excesso pode ser um risco. A dependência do celular, computador ou tablet afeta o desenvolvimento infantil.
As crianças em idades cada vez mais precoces têm tido acesso aos equipamentos de telefones celulares, smartphones, notebooks e computadores, com isso, as brincadeiras ao ar livre e a magia do brincar, além do contato com outras crianças, acabam ficando prejudicados. Segundo dados da pesquisa TIC KIDS ONLINE BRASIL 2019 (Pesquisa sobre o Uso da Internet por Crianças e Adolescentes no Brasil), em 2019, 89% da população entre 9 e 17 anos era usuária de Internet, o que corresponde a cerca de 24 milhões de crianças e adolescentes, dos quais, 95% tinham no telefone celular o dispositivo de acesso à rede.
Com isso, a conexão com o mundo real é primordial para o desenvolvimento infantil, tanto da parte cognitiva e corporal, quanto comportamental e afetiva. Um exemplo disso é o fato de que os bebês, até os 2 anos de idade, ainda não são capazes de diferenciar do mundo real aquilo que enxergam nas telas. Portanto, é essencial que, em cada fase, os pais tenham atenção e proporcionem o ambiente correto para que a criança amadureça naturalmente.
Brincar, portanto, se torna uma experiência libertadora que proporciona às crianças terem imaginação, serem criativas, e construírem sua personalidade para experienciar o mundo no futuro.