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Natal tem a maior alta no preço do óleo de cozinha do Brasil, aponta Dieese

FOTO: ILUSTRAÇÃO

Os preços do conjunto de alimentos básicos, necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês, tiveram aumento de 0,68% em Natal no decorrer de setembro ante o valor apurado em agosto deste ano. A variação foi a segunda menor no País, superando apenas o reajuste verificado em Brasília: 0,56%. O preço médio da cesta na capital potiguar ficou em R$ 422,31. Em agosto, esse valor foi de R$ 419,47. No acumulado do ano, o preço subiu 10,05% e, nos últimos 12 meses, 19,78%. Os dados da pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (tomada especial devido à pandemia do coronavírus), feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

De acordo com a pesquisa, os preços aumentaram nas 17 capitais brasileiras pesquisadas em setembro. As maiores altas foram observadas em Florianópolis (9,80%), Salvador (9,70%) e Aracaju (7,13%). Em São Paulo, a cesta custou R$ 563,35, com elevação de 4,33% na comparação com agosto. No ano, o preço do conjunto de alimentos subiu 11,22% e, em 12 meses, 18,89%. Segundo o estudo, com base na cesta mais cara (Florianópolis R$ 582,40), o salário mínimo necessário para adquirir os produtos deveria ter sido de R$ 4.892,75, o que corresponde a 4,68 vezes o mínimo vigente de R$ 1.045,00.

Produtos

O preço do óleo de soja aumentou em todas as capitais, com destaque para Natal, onde o valor de um mês para outro subiu 39,62%. Em Goiânia, o produto aumentou 36,18%, em Recife, 33,97% e em João Pessoa 33,86%. Já o valor médio do arroz agulhinha teve aumento maior em Curitiba (30,62%), Vitória (27,71%) e Goiânia (26,40%). Na capital potiguar, o arroz teve aumento superior a 18%. No caso do óleo, a alta foi ocasionada pela baixa dos estoques, consequência da demanda externa e interna. O arroz foi influenciado pelo elevado volume de exportação e baixos estoques.

Em 16 estados houve aumento da carne bovina, com variação entre 0,66%, em Brasília, e 14,88%, em Florianópolis. Em Natal, o produto subiu 6,5%. Segundo o Dieese, o aumento ocorreu devido à elevada demanda externa, aos altos custos dos insumos e à menor oferta de animais para abate.

Já o açúcar subiu em 15 capitais, com as maiores altas em Salvador (8,19%) e Brasília (8,06%), também afetadas pelas exportações do produto e a alta demanda da cana, principalmente para a produção de etanol. A alta no preço do leite integral foi registrada em 14 cidades e variou entre 1,10%, em Belém, e 10,99%, em João Pessoa, devido à maior concorrência entre as indústrias produtoras de laticínios para a compra do leite no campo e à elevação do custo dos insumos. Em Natal, a alta foi de 2,14%.

O preço do quilo do tomate aumentou em 14 capitais, com destaque para Salvador (32,12%) e Porto Alegre (29,11%). A pesquisa mostra que, em Natal, houve queda significativa no preço do tomate (-20,81%) e da banana (-16,33%). Os preços do conjunto de alimentos básicos, necessários para as refeições de uma pessoa adulta  estão definidos no Decreto-lei 399/38.

Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de Florianópolis (R$ 582,40), o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ter sido equivalente a R$ 4.892,75, o que corresponde a 4,68 vezes o mínimo vigente de R$ 1.045,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em agosto, o valor foi estimado em R$ 4.536,12 ou 4,34 vezes o piso vigente.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em setembro, foi de 104 horas e 14 minutos, maior do que em agosto, quando ficou em 99 horas e 24 minutos. Em Natal, esse tempo foi equivalente a 88 horas e 55 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (alterado para 7,5% a partir de março de 2020, com a Reforma da Previdência), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, na média, 51,22% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em agosto, o percentual foi de 48,85%. Em Natal, o comprometimento do salário foi de 43,69%.

Tribuna do Norte

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