
A Região Metropolitana de Natal foi incluída no Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), que avaliou o potencial de expansão do transporte coletivo em 21 regiões metropolitanas brasileiras. Segundo o levantamento, a capital potiguar pode receber até 73 km de novas linhas de Transporte Público Coletivo de Média e Alta Capacidade (TPC-MAC) nas próximas três décadas.
Essas linhas são pensadas para atender um número maior de passageiros com mais eficiência e conforto, por meio de veículos maiores e faixas exclusivas, como nos sistemas BRT e VLT. Hoje, Natal conta com apenas 3 km desse tipo de estrutura.
Com a ampliação, o percentual de moradores que vivem a até 1 km de uma estação de transporte público pode saltar para 25,3%, e o número de passageiros atendidos diariamente pode chegar a 305,4 mil.
O estudo, realizado pelo BNDES em parceria com o Ministério das Cidades, considerou dados demográficos, crescimento urbano e a atual infraestrutura da capital. A pesquisa identificou gargalos como a malha ferroviária precária e o tempo crescente de deslocamento casa-trabalho. Também foram analisados planos locais, rotas existentes e cenários futuros com e sem incentivos ao transporte coletivo.
“Onde a população mora, normalmente ela trabalha. Então, pegamos as principais áreas e bairros de Natal, vendo o deslocamento feito”, explicou o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa.
O ENMU prevê, ao todo, 2.500 km de novas linhas em todo o país até 2054. As projeções incluem 323 km de metrô, 96 km de trens urbanos e quase 2.100 km de corredores de ônibus, BRT, VLT ou monotrilho. Atualmente, as regiões avaliadas somam 2.007 km de redes em operação.
A nova rede planejada para Natal integra um banco de projetos em elaboração, que poderá orientar investimentos públicos e parcerias com o setor privado. “Vai depender da articulação entre as três esferas de governo e também do setor privado”, afirma Barbosa.
Segundo ele, para que os projetos saiam do papel, será necessário avaliar a viabilidade financeira e, em alguns casos, contar com contraprestações públicas, como subsídios. “O projeto não for viável, se o preço da passagem não for suficiente para sustentar o projeto, às vezes é preciso ter uma contraprestação pública. O governo tem que fazer algum aporte”, destaca.
Com informações da Tribuna do Norte

