Anunciado há cerca de um ano como uma grande conquista governamental, o voo charter da Itália não mais aterrissará em Natal. Por falta de promoção e divulgação da operação, o que resultou, ao longo dos últimos 12 meses, numa péssima ocupação semanal da aeronave, a capital potiguar perde para o balneário turístico de Porto de Galinhas, em Pernambuco, o voo que se propunha a trazer turistas de Milão para Natal, todas as quintas-feiras.
O charter internacional, operado pela Linea Aerea Meridiana Fly, aterrissa hoje pela primeira vez em Pernambuco, segundo confirmou o executivo Marco Vila, representante da Meridiana Fly no Brasil.
O voo, que agora passar a servir aos interesses do turismo pernambucano, estava trazendo para Natal apenas cerca de 60 passageiros por semana, segundo informa Marco Vila, admitindo que a “falta de bundas” (termo usado na aviação para caracterizar a baixa ocupação de aeronaves) para a capital potiguar foi o que motivou o fim da operação.
Além da “falta de bundas”, a operação charteira conquistada teve um apático investimento de divulgação, promoção e marketing na Itália, por parte do Governo do Rio do Grande, mas principalmente pela iniciativa privada, a quem, em última análise, caberia, em parceria com as operadoras italianas, desenvolver e investir em estratégias de mercado capazes de atrair o interesse do turista italiano para o destino Natal.
“O governo fez a parte dele, ao comprar a ideia do charter e fazer o lançamento do voo na Itália. A partir daí, nada mais, ou quase nada, foi feito; não houve trabalho de divulgação, promoções de ações na Itália para propagar o voo e o próprio destino Natal. Cabe ao empresariado investir nesse tipo de iniciativa, que resulta na vinda de turistas e na ocupação de seus hotéis”, explica um empresário do setor.
Ao saber da deficiência da operação charteira em Natal, a hotelaria de Porto de Galinhas se uniu para captar o voo, com o respaldo do governo de Pernambuco, que passa a dividir com o Ceará o fluxo de turista oriundo de Milão.
Na época do lançamento do voo de Milão para Natal, o governador Robinson Faria destacou que “o trabalho que estamos realizando no setor turístico, com divulgação e incentivos proporcionou mais essa boa notícia”.
Já o secretário Ruy Gaspar avaliou na ocasião que o voo Milão-Fortaleza-Natal-Milão deixaria mais de R$ 7 milhões na economia do Rio Grande do Norte.
No entanto, nem tico, nem teco – a falta de visão e de empreendedorismo fez com que o Rio Grande do Norte perdesse, no setor de turismo, mais um negócio para os concorrentes vizinhos.