Os números foram obtidos pelo JORNAL TRIBUNA DO NORTE em pesquisas no próprio site da STTU. Ao passo que as linhas diminuíram, o número de passageiros também vem caindo na capital. Em 2015, cerca de 10.605.433 passageiros eram transportados por mês no sistema. Em 2019, 7.277.550 e em 2020, com a pandemia de coronavírus, 2.700.749 utilizaram o sistema. Os números de 2021 ainda não foram consolidados.
Para a secretária de Mobilidade Urbana de Natal, Daliana Bandeira, a queda no número de passageiros e, consequentemente, das linhas, é um fenômeno nacional. Ela cita incentivos fiscais para compra de veículos particulares (IPI reduzido, por exemplo) e financiamentos. A entrada dos aplicativos de carona compartilhada (Uber, 99 Pop), também é um fator considerado. “Concordo que para recuperar o passageiro é preciso de um serviço que atraia. Como vou atrair passageiro se temos intervalos longos de espera, frota que infelizmente é envelhecida e é preciso investimento no setor para que o passageiro retorne?
O modelo que a gente calcula pega os custos e divide pelos passageiros. Se os custos estão aumentando, reajuste do salário dos motoristas, e os passageiros caem significativamente, essa conta não fecha”, analisa a secretária de Mobilidade Urbana de Natal, Daliana Bandeira.
A crise no transporte da capital ganhou novos contornos com a pandemia, em especial nas últimas semanas, com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Natal (Seturn) devolvendo operações de linhas à STTU, alegando altos custos e demanda incompatível. Foram pelo menos 24 linhas devolvidas. Atualmente, há um processo judicial que cobra o retorno dos 100% da frota pré-pandemia, situação que ainda não aconteceu.
TRIBUNA DO NORTE