Natal foi a única cidade brasileira escolhida para participar da 3ª Reunião Anual Internacional da Dentarget e da Reunião Internacional de Prevenção e Detecção de Arboviroses 2016: dengue, zika e chikungunya, que será realizada no México, de 1 a 8 de junho, com o objetivo de apresentar os modelos mais avançados, em nível mundial, de intervenção e controle vetorial do Aedes aegypti. Durante o encontro, o chefe do Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de Natal (CCZ-SMS), Alessandre Medeiros, apresentará a metodologia desenvolvida no município – Vigiadengue – responsável pelo fim da epidemia de dengue e chikungunya em Natal.
“Esse é um projeto que foi gerido pelos próprios servidores da Secretaria Municipal de Saúde que atuam no Centro de Controle de Zoonoses e que já havia sido escolhido pelo Ministério da Saúde como experiência a ser seguida no Brasil. Agora, ganhamos o reconhecimento internacional e somos o único município a participar de uma reunião com modelos mais avançados no combate e monitoramento em nível mundial e Natal está entre eles”, destaca o secretário Luiz Roberto Fonseca.
O Projeto Dentarget é uma proposta do Instituto de Medicina Tropical da Bélgica em parceria com o Brasil, México, Peru, Cuba e Colômbia. Nesse projeto, os países estão desenvolvendo ferramentas de análise para identificar áreas de maior ocorrência de dengue nos últimos dez anos, para orientar as ações prioritárias nessas áreas.
A reunião contará com a presença de renomados pesquisadores de países como Cuba, Colômbia, México, Peru e Bélgica. Os pesquisadores apresentarão as suas áreas selecionadas avaliadas e avaliarão a estratégia e a escala geográfica identificada que é mais adequado para avaliar os níveis de risco de transmissão da dengue. Durante o evento também serão apresentadas as variáveis escolhida para descrever os diferentes componentes que influenciam o risco de transmissão de dengue, bem como a introdução dos novos vírus, como zika e chikungunya.
Vigiadengue
O Vigiadengue é um sistema de monitoramento ativo com base na vigilância epidemiológica e vigilância entomológica das arboviroses (doenças virais transmitidas por meio de vetores) de importância para a saúde pública. A nova abordagem tem a finalidade de realizar o monitoramento contínuo a fim de identificar as áreas de maior risco para a ocorrência de surtos e epidemias, além de criar categorias de risco, a partir da utilização de indicadores epidemiológicos e entomológicos que já são utilizados na rotina e outros a serem desenvolvidos, além de e estabelecer categorias de intervenção ou estágio de resposta para cada nível de risco.
Com a nova metodologia é possível classificar semanalmente a cidade em áreas com distintos níveis de risco, orientar a intervenção de acordo com o nível de risco de cada área, considerando as intervenções mais adequadas para cada nível, além de mensurar e documentar o tempo entre a identificação do risco e o início da resposta. Além disso, foi criado o mapa de risco de Natal, desenvolvido pela Fiocruz, que será implementado em 2016, podendo, dessa forma, investigar 100% dos casos georreferenciados.
“Agora temos uma ação diferenciada em cada bairro e podemos controlar, com antecipação, os possíveis surtos epidêmicos que possam acontecer em alguns bairros. Com isso, conseguiremos bloquear o surto antes que ele se expanda e, se não evitar a epidemia, diminuir o impacto dela. Hoje temos uma análise e planejamento realizado semanalmente e isso foi o grande responsável por sairmos da epidemia antes que os outros municípios”, explica Luiz Roberto Fonseca, secretário municipal de Saúde.