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Nadador americano pede desculpas e tem de pagar R$ 35 mil para voltar aos EUA

RYAN LOCHTE E JIMMY FEIGEN: NADADOR AGORA AFIRMA QUE ELES FORAM ABORDADOS EM UM POSTO DE GASOLINA (CLIVE ROSE/GETTY IMAGE)

RYAN LOCHTE E JIMMY FEIGEN: NADADOR AGORA AFIRMA QUE ELES FORAM ABORDADOS EM UM POSTO DE GASOLINA. (CLIVE ROSE/GETTY IMAGE)

Em depoimento à Polícia Civil do Rio na noite desta quinta-feira (18), o nadador americano James Feigen pediu desculpas pelo falso relato de assalto narrado por ele e outros integrantes da equipe olímpica de natação dos Estados Unidos. Ele foi indiciado por falsa comunicação de crime e esteve no Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos. Feigen fez acordo para pagar uma multa de R$ 35 mil. Após o pagamento, o nadador poderá voltar aos EUA – a Justiça brasileira havia mandado apreender o passaporte.

Inicialmente, Feigen e Ryan Lochte haviam dito ter sofrido o assalto no domingo (14) ao voltar de táxi à Vila Olímpica vindos de uma festa na Lagoa. Os nadadores estavam acompanhados de outros dois atletas, Gunnar Bentz e Jack Conger.

Com base em depoimentos e imagens de câmeras de segurança de um posto de combustível na Barra, a polícia concluiu que os nadadores se envolveram em uma confusão no estabelecimento e que não houve roubo. Os nadadores admitiram que estavam bêbados.

Lochte voltou aos Estados Unidos na segunda-feira (15) e reafirmou ter sido assaltado. Na quarta-feira (17), Gunnar Bentz e Jack Conger foram impedidos de embarcar para os EUA, mas depois de prestar depoimento foram liberados e viajaram na noite desta quinta.

Prevista no artigo 340 do Código Penal, a “falsa comunicação de crime” significa “provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado”. A pena é de detenção de um a seis meses ou multa.

O depoimento de Feigen

O acordo de Feigen foi selado após negociação em uma audiência que durou quatro horas. O nadador saiu do Juizado às 3h30 desta sexta e sem falar com os jornalistas. Os R$ 35 mil da multa devem ser doados ao Instituto Reação, ONG que funciona na Rocinha, na Zona Sul do Rio, para aquisição de material esportivo.

No depoimento, Feigen afirmou que soube das declarações de Ryan Lochte sobre o ocorrido à mídia internacional e as considerou inverídicas. Ele disse não saber por que o Lochte dar a versão do assalto.

Feigen disse ainda que, no posto de combustível, viu Lochte puxando um painel publicitário afixado em uma parede e que não sabe o motivo que levou o companheiro a tomar tal atitude.

Depoimentos de Bentz e Conger

Em seu depoimento, Gunnar Bentz disse que ele e os amigos temeram que Ryan Lochte promovesse confusão ainda maior no posto onde os atletas pararam no trajeto entre a Zona Sul do Rio e a Vila Olímpica, na Zona Oeste.

Segundo consta no Termo de Declaração assinado por Bentz,  Bentz relatou que, ao parar no posto para urinar, Lochte quebrou a placa publicitária que estava pregada na parede, o que provocou muito barulho. Bentz afirmou aos policiais que, depois do ocorrido, ele e os demais nadadores decidiram sair do posto, temendo que Lochte danificasse mais coisas.

Bentz declarou que os atletas foram impedidos de deixar o local por homens armados que não falavam inglês e que apresentaram algum tipo de distintivo. Ele contou ainda que pediu para Ryan Lochte se acalmar após discutir com esses homens.

Ainda de acordo com Bentz, a aproximação de um outro homem que falava inglês permitiu que a situação fosse esclarecida. O nadador disse que entregou, sem que lhe fosse exigido, US$ 20 que tinha no bolso. Feigen teria dado ao menos uma nota de R$ 50.

Conger também afirmou em seu depoimento que foi Lochte quem quebrou a placa publicitária no posto de combustíveis. Ele disse ainda que viu pelo noticiário que o colega mentiu ao dar entrevista relatando o falso assalto.

G1 Rio

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