Nesta terça-feira, 23, o Museu Câmara Cascudo (MCC) reúne os paleontólogos que identificaram as primeiras pegadas de dinossauros no Rio Grande do Norte. A live intitulada “Eles estiveram aqui: nos rastros dos dinossauros do RN” dará detalhes da pesquisa realizada por Giuseppe Leonardi, do Instituto Cavanis (Veneza, Itália), uma das maiores referências mundiais na identificação de pegadas de dinossauros; Maria de Fátima C. F. dos Santos, Ex-Diretora do MCC; e Fernando Henrique S. Barbosa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O processo de descoberta e identificação foi registrado em um artigo publicado na edição especial em homenagem a Diógenes de Almeida Campos do periódico “Anais da Academia Brasileira de Ciências”, em 27 de setembro.
O encontro faz parte das comemorações do aniversário de 61 anos do MCC e será transmitido a partir das 10h, nos canais do YouTube e Facebook. o Encontro ainda contará com a participação especial dos professores Claude Aguilar, (MCC-UFRN) e de Kleberson Porpino (UERN), que fará a mediação. Na ocasião, os convidados também vão falar sobre a importância da descoberta e o papel do Museu Câmara Cascudo nesta e em outros importantes achados paleontológicos nas últimas décadas.
Os achados se referem às pegadas de duas espécies diferentes: um saurópode, com cerca de 9 a 12 metros de altura, e um ornitópode, com cerca de 8 metros de comprimento. Os gigantes habitaram o estado há cerca de 120 milhões de anos, no período Cretáceo, e seus rastros foram encontrados na Fazenda dos Pingos, um icnosítio localizado na Formação Açu da Bacia Potiguar, próximos à cidade de Assú, a cerca de 200km da capital, Natal. As duas espécies identificadas eram herbívoras, ou seja, se alimentavam apenas de folhas. Os saurópodes são os famosos pescoçudos; já os ornitópodes tinham como características as patas que lembram as de aves.
Embora fósseis de dinossauros já tenham sido identificados na Bacia Potiguar, formação geológica que abrange também uma parte do Ceará, as descobertas de antes ocorreram no lado cearense da bacia. Assim, embora não tenham sido localizados ainda fósseis de dinossauros no RN, as pegadas descritas pelo trio de pesquisadores comprovam, de forma definitiva, que os gigantes do passado estiveram sobre o solo norte-rio-grandense.