O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já contabiliza 24 ocupações de terras, somente neste mês de abril, devido às manifestações do “Abril Vermelho”. Os dados foram divulgados pelo próprio movimento, que ainda afirma ter promovido mais de 30 ações em 14 estados. O AGORA RN conversou com o MST RN para saber as principais demandas e reivindicações apresentadas pelo movimento no estado.
No RN, cerca de 80 famílias ocuparam a fazenda Campos Novos, em Santa Maria. O movimento reivindica as terras da fazenda, que possui cerca de 2 mil hectares e, segundo o MST, estava improdutiva havia anos. De acordo com Williana Soares, que faz parte da coordenação nacional do movimento, o MST tem mais perspectivas em relação ao desenrolar da ocupação.
“Hoje o MST possui mais de 5 mil famílias acampadas em todas as regiões do Estado. Através da luta pela Reforma Agrária, temos como perspectiva de que as demandas que se acumularam nos últimos oito anos pela paralisação da Reforma Agrária voltem a ser implementadas, que todas as famílias acampadas no Estado venham a ser assentadas, que as famílias assentadas tenham acesso aos créditos e fomentos, assistência técnica e condições dignas de viver e produzir”, frisou ela.
O Abril Vermelho é um evento anual do calendário do MST, marcado por atos e ocupações de latifúndios e espaços públicos. A representante Williana explica que, no Estado, não poderia ser diferente. “Entendendo a luta como instrumento de reivindicação histórica e a concentração um grande fator do empobrecimento das famílias e combustível para as inúmeras violências e conflitos que ocorrem no campo, a Reforma Agrária é a solução para essas questões”, destaca.
A coordenadora do movimento reforça que as ocupações são em especial conduzidas pela necessidade das famílias do campo de acesso a terra, que visa a possibilidade de produção de alimentos, a minimização dos impactos provocados pelo êxodo rural, o fortalecimento das políticas públicas no campo, entre outros fatores, como a construção de uma nova lógica que traga dignidade para quem vive e quer permanecer no campo.
Para Williana, as principais reivindicações apresentadas pelo movimento no RN durante esse mês estão alinhadas com o propósito do MST. “A nossa jornada de lutas durante o “Abril Vermelho” segue pautando Terra, Orçamento e a Regularização das famílias”, disse.
A representante reiterou a importância do movimento e os desafios enfrentados. “Entendemos os desafios colocados, a demanda passiva que ficou suprimida é volumosa, mas também urgente e necessária, seguimos firmes e em luta. Pois só a luta muda a vida”, concluiu.
Agora RN