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Morto pelo coronavírus, professor da UERN financiava secretamente seus alunos, revela Folha de S. Paulo

QUÍMICO, LUIZ DI SOUZA TINHA 61 ANOS E ERA DIABÉTICO. FOTO: REPRODUÇÃO

Um homem inteligente, “cientista nato”, mas, acima de tudo, bondoso, que ajudava seus alunos pagando do próprio bolso cursos e eventos. É assim que o professor Luiz Di Souza será lembrado na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), onde lecionou por mais de 20 anos.

O professor de química, que tinha 61 anos, morreu no sábado (28) em um hospital de Mossoró, onde morava, uma semana depois de ter sido internado para tratar de complicações decorrentes da contaminação pelo novo coronavírus. Diabético, Souza foi a primeira morte pelo novo coronavírus confirmada no Rio Grande do Norte. Ele deixou a mulher, Margareth, dois filhos, Maria Paula e Kassyo, e uma neta.

A filha, de 19 anos, diz que o pai, que amava viajar, não tinha feito nenhuma viagem recentemente e que a suspeita é de que tenha sido contaminado no contato com outra professora da universidade, que deixou a UTI na segunda (30) e segue em isolamento.

Segundo relatos de alunos, Souza estava sempre à disposição em seu laboratório para ajudar na disciplina dele ou de outros. “No decorrer do curso, foi se tornando um pai para todos nós”, afirma a ex-estudante Ronale Azevedo, 30.

A colega Kelania Mesquita, também do departamento de química da UERN, conta que, para ajudar os alunos pobres do curso, Souza inventava uma bolsa que o aluno receberia, mas que, na verdade, era paga por ele, muitas vezes, secretamente. “Era um profissional competente e exigente, ao mesmo tempo que era acolhedor”, diz.

A UERN decretou luto oficial com hasteamento da bandeira a meio mastro.

Folha de S. Paulo

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