Professor dos mais respeitados quadros da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Arnon de Andrade, 85 anos, foi um dos fundadores da TV Universitária. Emissora educativa da qual foi diretor.
Como diretor do Departamento de Comunicação da UFRN, era sempre solícito.
Deixa a esposa, Iraci, os filhos Ion e Iésu, noras e netos.
No Facebook, o jornalista, poeta e escritor José de Castro escreveu e descreveu:
– A UM AMIGO QUE PARTIU
Estou muito triste com a notícia do encantamento do meu amigo Arnon de Andrade.
Eu o conheço desde São José dos Campos, nos idos de 1970, quando fomos produtores de televisão educativa no INPE, no projeto de teleducação conhecido à época como Projeto SACI.
Ao mesmo tempo em que escrevíamos teleaulas de televisão e rádio, que eram transmitidas pela TV-U para todo o Rio Grande do Norte, fazíamos o mestrado em Tecnologia da Educação.
Desenvolvemos juntos, Arnon, eu e mais quatro colegas do INPE, uma dissertação sobre psicopedagogia da teleducação. Arnon escreveu a parte relativa à televisão e eu o que concernia ao rádio.
Realizamos juntos, com um grupo de colegas produtores do INPE, com importante participação de Maurício Pandolphi na parte relativa ao veículo rádio, o projeto de treinamento da equipe local de produtores da TV Universitária quando o Projeto SACI foi estadualizado e se transformou no Sistema de Teleducação do Rio Grande do Norte – SITERN, destinado à capacitação de professoras do magistério leigo do RN.
Estivemos na direção da TV Universitária juntos. Ele como diretor-geral, eu como diretor de programação e João Baptista Campanholi (que também já se encantou há alguns anos) como diretor de produção. Depois, em parceria com Arnon e outros colegas do Departamento de Educação, criamos a revista Educação em Questão e a Oficina de Tecnologia Educacional, que funcionavam no Centro de Convivência da UFRN.
Arnon também deu todo o apoio para a criação e atuação do Grupo Expressão, de teatro amador do SITERN, formado pelo elenco de atores e atrizes da TV-U, pessoas como Eliene Alburquerque, Kinha Costa, Ana Francisca Oliveira, dentre outras e outros, apoiados pelo competente trabalho de direção teatral do nosso querido amigo Carlos Roberto Furtado.
Participei com ele das primeiras reuniões para se estruturar o programa de pós-graduação em Educação na UFRN.
Lembro-me também que antes de ele ir cursar o seu doutorado em Educação, em Caen, na França (o Campanholi foi também para a mesma cidade para doutoramento) ele orientou o meu projeto para eu também me candidatar ao doutorado. Tive sucesso na entrevista com o setor de bolsas do CNPq, meu projeto foi aceito, e já estava até com local certo em Caen (com a ajuda de Arnon e Campanholi), mas infelizmente não fui autorizado pela UFRN para viajar à França. Lamentei muito. Mas segui em frente nas minhas atividades acadêmicas até a aposentadoria.
Anos depois, quando Arnon havia deixado a direção da TV-Universitária, ele foi novamente convidado a voltar ao cargo, mas não quis e me indicou. Nessa época eu também não quis assumir e passei a vez à nossa querida amiga em comum, a competente jornalista Josimey Costa, que veio a ser a diretora-geral da TV, na verdade, na época, diretora do Núcleo de Tecnologia Educacional – NUTE, que congregava a TV-Universitária e a Rádio FM-Universitária.
Vencida a gestão de Josimey Costa, por sugestão dela junto ao reitor da época, professor Ivonildo Rego, voltei à direção-geral do NUTE/TV-U, sempre buscando amparo no conhecimento e no apoio do meu amigo Arnon de Andrade.
Depois disso, tive a oportunidade de convidar Arnon para participar de LIVES, na época da pandemia, para que ele conversasse com as pessoas sobre as questões primordiais que envolviam aquele momento crucial de isolamento de todos.
Com o passar do tempo, ele aposentado e eu também, pouco nos víamos. Mas sempre nos comunicávamos e ele adquiria meus livros infantis para presentear seus netos e netas.
O Rio Grande do Norte inteiro perde muito com a partida de Arnon, que foi um dos grandes entusiastas da criação do Centro de Educação na UFRN e um dos batalhadores e responsáveis pela consolidação do programa de pós-graduação em Educação nessa mesma instituição.
Eu me lembro também que na celebração dos 50 Anos da UFRN, eu e ele fomos os dois professores do Departamento de Educação que foram agraciados com medalhas de honra ao mérito pelas contribuições à universidade ao longo de todo aquele tempo.
Arnon sempre teve ideias muito claras a respeito da importância da educação na vida das pessoas.
Todos nós que tivemos o privilégio de conhecê-lo de perto, sabemos quanta falta ele fará, pois era uma pessoa arguta no pensamento, ágil na percepção das questões e de muito bom senso ao apontar soluções.
Além disso, um grande amigo e sei também do enorme amor, carinho e cuidados que sempre teve pela família.
Imagino a grande dor de sua esposa Iraci e dos seus filhos Ion de Andrade, Iésu de Andrade, das noras e de netos e netas. A todas e todos da família deixo aqui o meu abraço solidário nessa hora de tristeza e dor.
Saibam que Arnon deixa uma marca indelével na vida de cada um de nós que o conhecemos e com ele convivemos. A ele prestamos o nosso mais carinhoso tributo.
Com informações de BZNotícias