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Morre Bibi Ferreira, diva do musical brasileiro, aos 96 anos

Em 2017, em Curitiba, onde estava em cartaz o espetáculo "4xBibi" Theo Marques/Framephoto / Agência O Globo

EM 2017, EM CURITIBA, ONDE ESTAVA EM CARTAZ O ESPETÁCULO “4XBIBI”. (FOTO: THEO MARQUES/FRAMEPHOTO / AGÊNCIA O GLOBO)

Maior diva do teatro musical brasileiro, a atriz Bibi Ferreira morreu na tarde desta quarta-feira (13), após sofrer uma parada cardíaca. Ela estava em sua casa, no Flamengo, quando passou mal. Uma ambulância foi chamada, mas não deu tempo. A informação foi confirmada pela filha dela, Teresa Cristina, fruto do relacionamento com Armando Carlos Magno — segundo de seus seis maridos.

— Ela partiu às 13h, serenamente — contou o empresário e amigo, Nilson Raman. — Passou seus últimos dias em casa, dormindo na maior parte do tempo. Hoje, reclamou de falta de ar e, em seguida, se constatou o óbito. Bibi foi protagonista absoluta do seu palco e da sua vida. Foi muito lindo o que ela fez.

Abigail Izquierdo Ferreira nasceu num tempo em que ser ator não era status social aceitável, sequer profissão regulamentada. Por ser filha da bailarina espanhola Aída Izquierdo e do ator Procópio Ferreira, um dos responsáveis pela profissionalização do ofício no país, viveu e contribuiu para a passagem do então subofício a profissão capaz de transformar artistas em divas.

Logo, Bibi se tornou uma delas. Ou melhor, a maior delas no teatro musical brasileiro. Atuou com firmeza até seus 96 anos, como um mito vivo, em atividade:

— Tenho consciência de tudo o que eu fiz, tudo — disse em entrevista ao GLOBO, em janeiro de 2018. — Embora tenha começado profissionalmente com meu pai, entre 18 e 19 anos, lembro de dançar no Municipal do Rio com 6 anos, de fazer o filme “Cidade mulher” (de Humberto Mauro) quando tinha 13, de ser ensaiada pelo Noel Rosa… Então, são quase 90 anos no palco. E continuo fazendo.

Quando lhe perguntavam sobre aposentadoria, Bibi respondia:

— Eu… me aposentar? Olha bem! Não penso nisso por três razões: estou muito bem, ia ficar tudo muito triste, e preciso trabalhar — disse ao completar 90 anos.

O Globo

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