
O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) declarou nesta quarta-feira (31), em uma das primeiras entrevistas que concedeu desde que foi escolhido para ser o novo líder da oposição na Câmara, que há líderes partidários fora da esquerda e da centro-esquerda que têm o desejo de apoiar a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, mas que a falta de protestos de rua é um empecilho para vários parlamentares de centro e direita.
“Vários líderes consideram que esse seria o caminho desejável, embora uma parte deles ache que não dá para fazer isso sem povo na rua, então acho que isso é uma das dificuldades desse momento”, disse. O deputado reforçou, no entanto, que não recomenda manifestações no momento atual, para evitar aglomerações durante a pandemia de covid-19.
Para ele, entretanto, a abertura de um processo de afastamento do presidente pelo Congresso Nacional não depende apenas desse fator. Há parlamentares que avaliam que “não há condições para que o processo de impeachment prospere”, e que temem um aprofundamento da divisão do país. Porém, na avaliação de Molon, partidos que compõem o chamado Centrão e que hoje estão alinhados ao presidente não devem demorar muito para se convencer de que o entendimento com o governo Bolsonaro não irá fazer com que o presidente mude sua postura em relação a assuntos que têm causado conflitos entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
“Esse entendimento que houve com parte do Centrão e do Congresso não vai perdurar, vai ser motivo de problema e desentendimentos novamente. É só uma questão de tempo”, disse o líder da oposição.
Questionado sobre as diferenças entre a gestão de Arthur Lira (PP-AL) e a do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), Molon reconheceu que “ainda é cedo” para avaliar a gestão de Lira, mas que o atual presidente “ainda aposta em um entendimento com o governo” que, para ele, “se mostrará impossível” em um médio ou curto prazo.
Congresso em Foco


1 Comentário
O povo vai defender o presidente e invadir o Congresso.