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Ministro do Meio Ambiente desembarca em Fernando de Noronha e evita falar sobre críticas de Bolsonaro às taxas cobradas na ilha

NO SÁBADO, 13, BOLSONARO CLASSIFICOU AS COBRANÇAS COMO ROUBO. ISTOCK (FOTO ILUSTRATIVA)

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não quis responder se a taxa cobrada para visitação de praias do Parque Marinho Nacional de Fernando de Noronha será revista. O ministro desembarcou às 11h desta quinta-feira, 18, na ilha após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmar, no sábado, 13, que a cobrança de ingressos era um roubo e precisava ser revista. O ministro declarou que vai verificar questões como a destinação do lixo, o saneamento e a estrutura do aeroporto. “Não vou responder perguntas”, avisou.

Ele comunicou que só voltará a falar com jornalistas no sábado, 20, quando fará um relato das vistorias. “Há questões importantes relativas à dessalinização da água e várias questões de trilhas e infraestrutura do parque que nós vamos vistoriar. Serão dois dias de vistorias”, comunicou.

Após o desembarque, Salles foi ao hotel de trânsito da Aeronáutica, onde ficará hospedado até sábado. Em seguida, acompanhado do presidente da Embratur, Gilson Machado, e do administrador de Fernando de Noronha, Guilherme Rocha, almoçou numa pousada do local.

“Ele não vai falar com vocês. Só no sábado mesmo. Não adianta falar agora. Faremos uma coletiva”, disse Machado. Em seguida, após insistência, a assessoria do ministro avisou que ele daria uma breve declaração.

A assessoria comunicou que não tinha recebido a agenda e, por isso, não tinha como informar o destino do ministro no arquipélago. Na tarde desta quinta-feira, Salles deve participar de uma reunião com a Administração de Fernando de Noronha. O encontro não foi confirmado oficialmente.

A polêmica em torno da cobrança da taxa teve início no sábado passado (13). Em vídeo publicado em redes sociais, o presidente citou o valor dos ingressos para turistas brasileiros (R$ 106) e estrangeiros (R$ 212) visitarem o parque -o bilhete vale por dez dias. “Isso explica porque quase inexiste turismo no Brasil”, disse.

Veja a publicação:

A EcoNoronha é a empresa responsável pela administração do parque marinho desde 2012. Até agora, após vencer a licitação, foram investidos R$ 15 milhões no parque. Só no ano passado, a empresa arrecadou R$ 9,6 milhões. 

Segundo o ICMBio, braço do Ministério do Meio Ambiente responsável pela conservação de fauna e flora, 70% do valor do ingresso é usado em melhorias diretas do parque nacional (como sinalização e manutenção de trilhas).

Foram instaladas lojinhas e catracas nas praias do Sancho, Leão e Sueste. Visitantes de Noronha pagam ainda uma taxa de preservação ambiental de R$ 73,52 por dia (administrada pelo governo de Pernambuco), com teto de um mês. 

Nem isso nem os altos preços das pousadas na ilha, contudo, parecem ter inibido o movimento: o arquipélago registrou novo recorde de visitantes em 2018, tendo recebido 103 mil pessoas -70% acima do que recebia até 2013. 

Com informações: FOLHAPREES

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