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Ministro da Justiça vai a Moro e declara apoio a Lava Jato

O MINISTRO DA JUSTIÇA, ALEXANDRE MORAES, AO LADO DO JUIZ SÉRGIO MORO, DA LAVA JATO, APÓS ENCONTRO NA SEDE DA JUSTIÇA FEDERAL, EM CURITIBA. (FOTO: JUSTIÇA FEDERAL DO PARANÁ)

O MINISTRO DA JUSTIÇA, ALEXANDRE MORAES, AO LADO DO JUIZ SÉRGIO MORO, DA LAVA JATO, APÓS ENCONTRO NA SEDE DA JUSTIÇA FEDERAL, EM CURITIBA. (FOTO: JUSTIÇA FEDERAL DO PARANÁ)

 

O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, visitou nesta terça-feira, 21, o juiz federal Sérgio Moro e declarou apoio à Operação Lava Jato – investigação sobre esquema de propinas e cartel na Petrobrás entre 2004 e 2014.

Moro é o símbolo da Lava Jato. Ele mandou prender políticos, empreiteiros, doleiros e ex-dirigentes da Petrobrás.

Quando o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), assumiu em maio, aliados da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) propagaram que a Lava Jato seria esvaziada. Além disso, cardeais do PMDB, entre eles o ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, caíram no grampo do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, tramando contra a grande investigação.

Desde que assumiu o cargo, porém, Alexandre Moraes vem reiterando total apoio à Lava Jato. Pela primeira vez, o ministro esteve na “República de Curitiba”.

Participaram do encontro ainda o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, o superintendente regional da PF no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, e o chefe da Lava Jato, em Curitiba, Igor Romário de Paula.

À tarde, se reuniu com os procuradores do Ministério Público Federal e teve um encontro na Superintendência da PF com investigadores responsáveis pela apuração do cartel de empreiteiras que atuou na Petrobrás e outras estatais.

A visita estava programada desde os primeiros dias de sua gestão na pasta. O ministro quis manifestar pessoalmente apoio às investigações sob a tutela de Moro.

Nos bastidores, a viagem a Curitiba foi vista como uma forma de Moraes rebater aliados da presidente afastada Dilma Rousseff, que tentavam colar nele a imagem de possível “algoz” da investigação. Um dos argumentos dos adversários era o fato de Moraes ter sido advogado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara, em uma ação relacionada ao uso de documentos falsos. Cunha foi absolvido na ação.

Além da questão política, a visita também seria uma sinalização para setores da própria PF e do Ministério Público que criticaram o ministro. Em maio, poucos dias após a posse de Moraes, o presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais chegou a afirmar que a instituição estaria “preocupada” com a nomeação de ministros ligados à Lava Jato pelo presidente em exercício Michel Temer. Em junho foi a vez do procurador Deltan Dallagnol sugerir a possibilidade de “pessoas poderosas e influentes” tentarem encerrar as investigações.

Moraes tem batido na tecla do apoio do Ministério da Justiça à operação. Ao tomar posse, em 12 de maio, classificou a operação como “símbolo” do combate à corrupção.

Estadão

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