
A pesquisa realizada pelo sistema Fiern, divulgada esta semana, mostrou que 54% das empresas potiguares não pararam as atividades durante a pandemia. A sondagem ouviu 141 indústrias instaladas em 28 municípios, no período de 4 a 12 de agosto, e foi a segunda edição no ano, com mais de 30 setores industriais consultados.
A pesquisa, por exemplo, apresenta dados sobre paralisação de atividades, dificuldades em obter suprimentos, desligamento de pessoal e adoção de protocolos de biossegurança.
Na comparação com a primeira sondagem realizada entre os dias 14 e 15 de abril, logo no início da pandemia, a pesquisa de agosto mostrou que o percentual de empresas que não paralisaram as atividades cresceu de 47% para 54%.
Ou seja, mais empresas continuaram a operar, sugerindo que, de alguma maneira, as empresas do RN encontraram maneiras de lidar com a crise da pandemia para manter as atividades.
Mas a sondagem aponta que 70% tiveram problemas com suprimento de fornecedores. E, em relação ao faturamento no período, 37% apresentaram queda de mais de 50% (destaque para Confecções, Marmoraria, Têxtil).
Na primeira pesquisa, feita em abril com 139 indústrias, 78% relataram dificuldade com suprimentos. A comparação das duas sondagens revela o que pode ter sido o grande problema das empresas, nessa crise da pandemia.
Entre os ajustes necessários à manutenção das atividades, houve o desligamento de funcionários além de medidas previstas pelas Medidas Provisórias 936 e 927.
Do total, de empresas ouvidas, 40% fizeram renegociação de contrato de trabalho e 50% informaram que não demitiram, enquanto 15% demitiram mais de 50% do quadro (Indústria de Móveis, Alimentos, Química e Gráfica, especialmente em Natal).
Na contramão disso, 7% registraram aumento na contratação. O incremento foi verificado na indústria da Construção Civil, Coleta e Transporte de resíduos e de Produtos de limpeza.
Para a gerente da unidade de economia e pesquisa da Fiern, Sandra Lúcia Cavalcanti, isso não diminuiu as dificuldades das empresas, que já amargavam uma situação difícil desde 2014.
“Quando elas começaram efetivamente a empreender uma reação, no segundo semestre do ano passado, apareceu a pandemia para atrapalhar tudo”, finaliza.
Com informações do Agora RN/ Marcelo Hollanda – Repórter

