Em 2021, a máxima “ano-novo, vida nova” enfrenta uma verdade difícil de deixar para trás: o ano virou, mas a pandemia de Covid-19 continua. No Brasil, somente nos primeiros três dias do ano, foram contabilizados 57.773 novos casos e 1.069 mortes, que se somam às 7.716.405 pessoas contaminadas e 195.725 vítimas fatais da doença. Com o fim dos feriados de Natal e Ano-Novo, o resultado das aglomerações preocupa. E, para os especialistas, a conta ainda nem começou a ser paga.
“Se olharmos pelo número de casos, que não é tão preciso por causa da queda na testagem comum em feriados, a situação já é preocupante. A quantidade de mortos, dado com um pouco mais de precisão, já mostra que a doença está em avanço claro em todo o país. Espera-se, sem dúvidas, um crescimento pronunciado no início de 2021. A lógica é muito simples: quanto mais contato, mais fácil de o vírus espalhar”, disse Tarcísio Marciano da Rocha Filho, professor do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB) e um dos membros de um grupo de pesquisa interdisciplinar que abarca várias universidades brasileiras para estudar o avanço da Covid-19 no país.
“Vamos começar este ano com números preocupantes, e a tendência é crescer ainda mais. A previsão é um novo pico para março e abril, que vai ser ainda mais complicado do que já vivemos. Isso vai estourar e a segunda onda é pior que a primeira. Por que eu digo isso? Porque foi assim em todo o mundo”, continuou.
No Twitter, o microbiologista Átila Iamarino, que se tornou uma das principais vozes da ciência sobre o novo coronavírus no Brasil, também analisou o fenômeno. “Por qualquer medida epidemiológica, 2021 promete ser pior que 2020. Ainda mais sem vacinas. Um bom 2021 vai depender diretamente do nosso esforço para mudar essa realidade”, escreveu.
Metrópoles