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Mercado de cruzeiros pula temporada de verão e se prepara para segundo semestre de 2021

MSC CANCELA TEMPORADA NO FIM DE DEZEMBRO; OPERADORAS TRABALHAM COM RESERVAS ATÉ PARA 2022. FOTO: DIVULGAÇÃO/COSTA CRUZEIROS

Com o recrudescimento da pandemia e a incerteza sobre um plano de vacinação, as principais companhias que operam cruzeiros marítimos no Brasil pularam a temporada de verão 2021 e se preparam para o segundo semestre. A uma semana do Réveillon, a MSC Cruzeiros foi a última empresa a cancelar a temporada prevista para 16 de janeiro.

Segundo a companhia, que até 9 de dezembro anunciava embarques nas cidades de Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Maceió e Itajaí, a demora na aprovação para a operação de cruzeiros no Brasil forçou o cancelamento da temporada.

“Considerando esta postergação e o tempo mínimo necessário para preparar toda a sua operação, como logística, mobilização, testes e embarque da tripulação, abastecimento de provisões e a implementação de seu protocolo de saúde e segurança, a empresa não conseguiria iniciar as operações até meados de fevereiro, no mínimo”, diz em comunicado

Em março, cruzeiros foram suspensos por causa da pandemia. Em setembro, a Costa Cruzeiros anunciou que não teria navios nesta temporada e disse que as atividades na América do Sul seriam realizadas de novembro de 2021 a abril de 2022. Para a retomada, o presidente-executivo Dario Rustico conta que a empresa trará um navio adicional para o mercado brasileiro — o Costa Toscana.

Com operação suspensa desde março, Rustico afirma que desde fevereiro a empresa se posicionou para ter caixa por pelo menos um ano sem atividades. Em dezembro, a companhia só trabalhava com dois navios na Europa.

“Essa indústria é muito resiliente. As vendas para o fim de 2021 e 2022 estão boas. Estamos vendendo bem os destinos para a Europa em julho”, afirma.

Outra companhia que suspendeu a temporada foi a americana Oceania. Marco Ferrer, gerente da empresa, afirma que a pausa está mantida até o início de 2021.

“A gente espera voltar em abril ou maio. Dependemos do CDC [Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA] e dos portos abertos recebendo passageiros de outras localidades. A maioria dos nossos navios estão atracados em Miami”, afirma.

Ferrer conta que mesmo com a paralisação, os custos de manutenção dos navios — incluindo pagamentos de técnicos e limpeza especial para o ambiente de água salgada — chegam a U$S 129 milhões por mês.

O executivo conta que a temporada de 2022 para Europa e América do Norte já está à venda. No primeiro semestre de 2021, a companhia pretende trabalhar apenas com destinos que já estão vendidos e foram adiados por causa da pandemia. Os cruzeiros da empresa trabalham com roteiros de no mínimo sete noites e no máximo 180 dias. Chamado de Volta ao Mundo, este último pacote é o menos procurado pelos brasileiros.

“Nosso carro-chefe para os clientes do Brasil é o Mediterrâneo. Temos muitos roteiros no sul da França. Para esta retomada, estamos trazendo 10 novos portos, incluindo Dinamarca e Reino Unido”, disse.

Mesmo com a temporada suspensa, Ferrer conta que os custos de manutenção das embarcações são altos, especialmente, porque a empresa trabalha com acervo de arte em cada um de seus seis navios, que têm obras avaliadas em US$ 5 milhões.

“Temos obras de Picasso e Miró originais. A Oceania expõe quadros também, então nossos navios não podem ficar muito quentes”, afirma.

Folha de S. Paulo

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