SELO BLOG FM (4)

Mercado da construção civil de Natal inova com práticas sustentáveis e preservação do meio ambiente

FOTO: CANINDÉ SOARES

O mercado da construção civil, não só no Rio Grande do Norte, mas no Brasil e no mundo, tem se adequado cada vez mais a questões ligadas a sustentabilidade, desde o reuso de água da chuva, uso de energia solar e de equipamentos que reduzem a vasão da água em descargas sanitárias e muito mais.

Questões ambientais como o aumento da temperatura, de uma maior quantidade de resíduos sólidos jogados de forma inadequada no meio ambiente, dentre outros temas, levam a humanidade a tratar cada vez mais da temática da sustentabilidade do planeta.

O setor da construção civil é um dos mercados que mais podem contribuir para melhoria da qualidade de vida das pessoas, principalmente pelo fato trabalhar na edificação de moradias, além de gerar muitos resíduos durante o processo de obras.

O vice-presidente da área de mercado imobiliário, do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon/RN), uma das entidades ligadas a Federação das Indústrias do RN (FIERN), Francisco Ramos de Vasconcelos Júnior, que também é fundador e diretor executivo da Constel – Construções e Empreendimentos, apresentou como este segmento tem tratado a sustentabilidade em suas obras. “Atualmente empresas consolidadas, como a Constel, com 34 anos de mercado, têm incluído ações sustentáveis em seus projetos”, disse o diretor executivo da Constel, Francisco Ramos.

Uso de madeira

Um dos pontos citados por ele é em relação ao uso de madeira de florestas nativas, que tem sido trocada por madeiras originárias de reflorestamento e até por painéis de PVC. Este tipo de material é aplicado em pisos, telhados e revestimentos, com inúmeros benefícios, como a redução de carbono na atmosfera, além de não degradar florestas naturais nativas. “O pinus e o eucalipto, originadas de reflorestamento, são muito usadas em nossos empreendimentos”, disse o diretor de mercado imobiliário do Sinduscon, Francisco Ramos.

Economia de água

Outro ponto importante em relação a sustentabilidade na construção civil citado por Francisco Ramos é em relação à economia de água, tanto nos canteiros de obras, como também depois dos empreendimentos concluídos. “Atualmente entregamos as obras com medidores individualizados em cada apartamento, o que otimiza o consumo, pois antes existia um medidor geral e um morador pagava pelo desperdício de outro. Dessa forma cada morador paga pelo seu real consumo”, explicou Francisco Ramos.

Nas construções também é feito o reuso de água nos canteiros de obras, que são originadas da chuva e da chamada água cinza, não potável, reaproveitada para lavagem de pátios, equipamentos, para preparar a massa do concreto, limpeza de áreas internas das obras e até para descarga de sanitários em banheiros. São coletadas através de filtros e calhas.

Economia de energia

Segundo o diretor executivo da Constel, Francisco Ramos, várias práticas também são desenvolvidas para promover o consumo eficiente de energia, o que gera muita economia. Ele cita a questão do isolamento térmico, como, por exemplo, fachadas com cores mais claras, além de paredes externas de dimensões mais largas que reduzem a transferência de calor.

O uso de lâmpadas LED, que são mais econômicas, também tem sido uma prática constante na construção civil. O aquecimento da água, a partir de painéis solares, com geração de energia fotovoltaica, é outra forma de promover a economia de energia nos empreendimentos.

Resíduos sólidos

Com relação aos resíduos sólidos gerados na construção civil, Francisco Ramos lembra de projetos de alvenaria que reduzem a quebra dos blocos de resíduos desnecessários, além de que os tijolos são comprados com tamanhos diferentes para evitar a quebra destes materiais.

“Temos parceria com empresas recicladoras que fazem o recolhimento dos resíduos gerados nos canteiros de obras. E muitos destes materiais depois de reciclados, voltam para uso nas obras”, disse Francisco Ramos.

Ele cita uma ação que o Sinduscon realizava junto com a Prefeitura do município de Lagoa de Velhos, no interior do RN, cerca de 93 km de distância da capital Natal, que disponibiliza baldes de tintas vazios, originados nos canteiros de obras e que são utilizados para serem usados como lixeiras ecológicas.

“No Sinduscon estamos incentivando as empresas do mercado da construção civil do RN, a doarem os baldes de tintas usados para a Prefeitura de Lagoa de Velhos, que vai distribuir para cerca de 4 mil moradores, transformando estes baldes em lixeiras, gerando menor impacto ambiental nas obras e uma maior conscientização ambiental por parte da população local, que é de 2.633 habitantes (estimativa IBGE 2024).

Empreendimentos sustentáveis

Após citar as várias ações em que o mercado da construção civil desenvolve para contribuir com a sustentabilidade do planeta, Francisco Ramos cita o exemplo do empreendimento Manhattan Residence, localizado entre as ruas Ceará-Mirim e Campos Sales, em Natal, já concluído e entregue pela Constel, que inclusive teve reuso de água no período de sua construção no canteiro de obras.

Ele apresenta ainda o empreendimento Green Life Mor Gouveia, também da Constel, localizado na avenida Capitão Mor Gouveia, em Natal e que ainda está na sua fase de construção e que pratica o reuso de água no canteiro de obras. “O Green Life também vai ter o uso de torneiras inteligentes, que reduzem a vasão da água, além de isolamento térmico das paredes externas, com cores mais claras”, disse o diretor executivo da Constel, Francisco Ramos

Norma BR 15575

Todas estas questões citadas de sustentabilidade na construção civil são avalizadas pela norma NBR 15575, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é a Norma de Desempenho para Edificações Habitacionais, em vigor desde 2013. Trata sobre requisitos, incluindo diversos aspetos do desempenho, como térmico, acústico, estrutural, de habitabilidade e de segurança.

RITUR

Outra questão muito importante quando da construção de um empreendimento imobiliário, é em relação ao trânsito. Para tratar desta questão e do seu impacto na mobilidade urbana do seu entorno, as empresas do setor em Natal, precisam realizar estudos de impacto de trânsito através do Relatório de Impacto sobre o Tráfego Urbano (RITUR) e entregue a Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU), de Natal, que faz a análise do RITUR.

Plano Diretor

Normas de sustentabilidade também estão presentes no novo Plano Diretor de Natal, instituído pela Lei Complementar 208 de 07 de março de 2022, focando na preservação ambiental e na função social da cidade, destacando ordenar o crescimento sustentável, com instrumentos como o Projeto Urbano Local (PUL), proteção de áreas de risco, plano de mudanças climáticas, e a integração de infraestrutura e saneamento, impulsionando o desenvolvimento econômico com base em práticas sustentáveis.

Logo no seu primeiro artigo, o Plano Diretor de Natal cita que “é o instrumento básico da política de desenvolvimento urbano sustentável do Município”. Já o segundo artigo trata dos princípios fundamentais, que no seu segundo item cita o “Desenvolvimento Sustentável” e a partir várias questões ligadas a sustentabilidade são tratadas.

BZN

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui