Instituto Cidade Limpa iniciará Projeto Guardiões da Praia em março
O Instituto Cidade Limpa, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal (Semurb), o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) e a Secretaria Municipal de Saúde de Natal, iniciará o Projeto Guardiões da Praia no mês de março.
O projeto Guardiões da Praia tem propósito de capacitar pequenos empreendedores sociais presentes em nossas praias, como barraqueiros, quiosqueiros, ambulantes, pescadores, e outros, com a missão de proteger, preservar, manter a limpeza das praias e conscientizar a população que as frequentam.
Sob a coordenação do Instituto, o projeto terá início na Praia do Meio e pretende agregar outros projetos como a Caminhada da Limpeza, para integrar a comunidade aos Guardiões.
Nayara Azevedo entrevista Aline Mello no quadro Meio Ambiente e Sustentabilidade do Jornal 96
Aline Mello é idealizadora do Projeto Motivar, da Vila de Ponta Negra, uma proposta de transformação social para a população da Vila através do esporte, cultura, cidadania e meio ambiente.
Reciclagem em Florianópolis aumenta 13% em 2019
Florianópolis se tornou a capital que mais recicla no Brasil em 2019, e tem como meta ser a primeira capital Lixo Zero até 2030.
A coleta de materiais recicláveis aumentou 13% na cidade no ano de 2019. O dado é considerado uma boa notícia para a cidade sobretudo porque, ao mesmo tempo, a coleta convencional do chamado lixo comum, os rejeitos, estagnou em comparação com o ano anterior. Os números foram divulgados pela Autarquia de Melhoramentos da Capital, a Comcap, responsável pela coleta de lixo e recicláveis na cidade.
Segundo o presidente da Comcap, Márcio Alves, o resultado interrompe uma tendência de alta na geração de rejeitos do lixo comum entre 3% e 6% registrada nas últimas décadas.
“Mais importante é que esse aumento na coleta seletiva ocorreu ao mesmo tempo em que a convencional estacionou. Significa que o usuário do sistema atendeu ao apelo para separar mais e melhor”, sustenta.
Segundo o presidente, o aumento no volume da coleta seletiva em detrimento da geração de rejeitos significa um ganho de R$ 8 milhões ao ano, considerando o que a prefeitura de Florianópolis deixa de gastar com aterro sanitário e a renda proporcionada para 11 associações de profissionais que trabalham na triagem dos recicláveis na Grande Florianópolis.
Durante o ano passado, a cidade separou 2 mil toneladas a mais em papel, plástico, metal, vidro e orgânicos compostáveis para os roteiros de coleta seletiva ou para os ecopontos e pontos de entrega voluntária (PEVs) da Comcap.
A coleta seletiva da Comcap movimentou 17.554 toneladas de resíduos em 2019. Em 2018, foram 15.489 toneladas.
O aumento da separação do lixo e da coleta seletiva foi verificado inclusive na temporada. Segundo a Comcap, entre os dias 15 de dezembro de 2019 e 15 de janeiro de 2020, a seletiva teve uma variação 22% maior em relação ao mesmo período do ano passado. O município chegou a bater o recorde de recolher 100 toneladas de materiais recicláveis em um único dia, na quarta-feira, dia 8 de janeiro. A marca anterior era de 75 toneladas em um dia.
Economia circular e agricultura urbana
O aumento da separação e a destinação em maior número dos resíduos do lixo para a reciclagem traz ganhos ambientais e sociais. Os recicláveis secos são doados às associações de trabalhadores da triagem, que permitem a reinserção desses materiais na indústria. Os resíduos orgânicos compostados servem para ajardinamento e hortas urbanas.
Nas contas da prefeitura, o ganho financeiro de R$ 8 milhões ao ano ocorre com a soma do que o município deixa de gastar com o transporte até o aterro e o valor revertido pelas associações ao comercializar o material para a indústria.
Em 2019, foram 12.929 toneladas de recicláveis secos doadas para associações de triadores. Esse volume deixou de custar R$ 2 milhões de aterro (R$ 161 a tonelada). Nas mãos das associações, geraram receitas de R$ 4,9 milhões na venda para a indústria (em média R$ 381 a tonelada triada e comercializada por uma das associações). A prefeitura contabiliza ainda um valor de economia de custos públicos de R$ 448 mil, com os resíduos orgânicos que deixaram de ir para o aterro sanitário.
Foco no vidro e no orgânico
O aumento do volume da coleta seletiva é atribuído pelo presidente da Comcap ao foco da autarquia de investir na coleta de vidro, por meio de pontos de entrega voluntária (PEVs), e na coleta de orgânicos. A coleta exclusiva de vidro por entrega voluntária aumentou 19% e a compostagem de orgânicos aumentou 135% em 2019. Foram processadas 1,4 mil toneladas de restos de alimentos no Centro de Valorização de Resíduos da Comcap no Itacorubi, em parceria com Associação Orgânica, e trituradas 2,6 mil toneladas de podas.
Este ano, cerca de R$ 8 milhões serão investidos na implantação e ampliação destas duas modalidades. Já estão em licitação equipamentos para instalar 50 novos PEVs de Vidro, o que deve praticamente triplicar a rede existente, e para mais dois ecopontos, além dos cinco atuais. Uma coleta seletiva de verdes nos domicílios, para resíduos de podas, também deve ser implantada na cidade em 2020. Além disso, deve haver uma a coleta de orgânicos (restos de alimentos) por pontos e em grandes geradores como condomínios residenciais e instituições como o Cepon, onde está sendo feita experiência piloto.
Também estão sendo adquiridos cinco caminhões compactadores com câmbio automático para a coleta seletiva.
“A ideia é implantar novas modalidades de seletiva e agilizar a que é feita de porta em porta. Com os novos compactadores, entraremos em ruas onde não conseguimos hoje e faremos menos viagens com mais peso, melhorando também a pegada de carbono da coleta seletiva”, detalha Márcio Alves.
Com o auxílio da população, que continua se conscientizando e separando o lixo, e os investimentos que estão sendo feitos a cidade deve atingir sua meta em breve.
Rio Paraopeba continua em situação preocupante 1 ano depois da tragédia em Brumadinho
Brumadinho, município localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, enfrentou um grande desastre ambiental no dia 25 de janeiro de 2019. A Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, se rompeu, causando uma avalanche de lama que destruiu a comunidade próxima e matou dezenas de pessoas. A tragédia é considerada um dos maiores desastres ambientais do Brasil.
Um ano depois da tragédia em Brumadinho um dos principais rios de Minas Gerais, o Paraopeba, continua em situação muito preocupante segundo o levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica.
O Paraopeba recebeu os rejeitos da barragem da Vale, que se rompeu matando 270 pessoas e causando muitos prejuízos ao meio ambiente.
Um ano depois do rompimento da barragem, a qualidade da água piorou em vários trechos do rio. A equipe da Fundação SOS Mata Atlântica percorreu 356 Km do Paraopeba, de Brumadinho ao reservatório de Três Marias que desagua no rio São Francisco.
Amostras da água foram coletadas em 21 pontos do rio, em 9 os testes apontaram que a qualidade está péssima, em 11 ruim e em 1 regular, foram encontrados níveis elevados de metais pesados como ferro, manganês, cobre e cromo.
O nível de oxigênio está abaixo do recomendado, e a turbidez, que impede a passagem da luz, muito acima do liberado.
Para garantir o abastecimento, prefeituras da região vêm buscando soluções provisórias, como captar água em outros rios ou ribeirões, mas quem tirava o sustento do Paraopeba ainda sofre as consequências da tragédia.
A Vale informou que monitora a qualidade da água do rio Paraopeba em 90 pontos e que mantém 16 sondas que viabilizam a leitura de parâmetros de hora em hora. Segundo a ela, até o momento os resultados não apresentam elementos tóxicos por causa da presença de trejeitos no rio.