“Viramos um bando. Deixamos de ser Partido.” Foi assim que o senador Renan Calheiros (AL) definiu a mudança protagonizada pelo MDB, um dia depois da decisão da bancada de abandonar a candidatura de Simone Tebet (MS) à presidência do Senado para apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em troca de cargos. As mensagens de Renan, que era adversário de Simone até há pouco tempo, foram postadas pelo aplicativo WhatsApp no grupo de senadores da sigla.
Na sua avaliação, o MDB “cristianizou” Tebet e virou “pedinte”, com a bancada “mendigando” uma conversa com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para receber “carguinhos como favor”. “É o fim melancólico para quem liderou a Casa e agora foi rebaixado para Série D”, escreveu Renan, que foi presidente do Senado em uma época na qual o partido também estava à frente da Câmara.
A eleição que vai escolher a nova cúpula do Congresso será realizada na próxima segunda-feira, 1.°. O acordo para “rifar” Tebet, que mantém a candidatura ao comando do Senado como “independente”, foi fechado nesta quinta-feira, 28. Na ocasião, o líder da bancada do MDB, Eduardo Braga (AM), se reuniu com Alcolumbre e negociou com ele a adesão do partido à campanha de Pacheco, candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O acerto prevê que o MDB ficará com a primeira vice-presidência do Senado, a segunda secretaria e o comando de duas comissões. A mais cobiçada é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas o próprio Alcolumbre quer ocupar essa cadeira, considerada muito importante para o Palácio do Planalto, porque por lá passam todos os projetos de interesse do governo.
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