O McDonald’s anunciou nesse domingo, dia 3, que Steve Easterbrook, presidente executivo da rede, foi demitido do cargo, depois de se envolver afetivamente com uma funcionária, o que viola a política da rede de fast-food.
Em comunicado, a empresa disse que o Conselho de Administração da empresa considerou que Easterbrook “demonstrou pouco discernimento“. A política do McDonald’s não permite que seu presidente executivo, o CEO, tenha relacionamento com qualquer pessoa na empresa.
“Eu me envolvi em um relacionamento consensual recente com uma funcionária, o que viola a política do McDonald’s“, escreveu Easterbrook, que se tornou CEO da empresa em março de 2015, em e-mail para os funcionários. “Isso foi um erro. Dados os valores da empresa, concordo com o Conselho que é hora de seguir em frente“.
Easterbrook é divorciado, de acordo com um relatório do Wall Street Journal, e também faz parte do Conselho de Administração do Walmart.
As ações do McDonald’s caíram até 2,3% nas negociações de pré-mercado nesta segunda-feira, 4, após o anúncio de afastamento de Easterbrook. Desde que ele assumiu o cargo, em março de 2015, as ações da rede de fast-food quase dobraram de valor, conferindo à empresa um valor de mercado de US$ 147 bilhões.
Easterbrook mudou a gestão do McDonald’s que, antes dele, vinha apresentado um dos piores desempenhos financeiros em anos. Nos últimos meses, a rede apresentou um dos melhores resultados do setor, com vendas nas lojas físicas subindo 5,9% em todo o mundo no último trimestre, mais do que os analistas haviam projetado. O executivo foi visto como implacável em seu esforço para atrair uma nova geração de clientes que estariam dispostos a fazer pedidos através de aplicativos para smartphones, pagar on-line e optar por receber comida em casa ou no trabalho, em vez de se aventurar nas lojas.
Para enfatizar a urgência das mudanças, ele vinculou a remuneração dos executivos à velocidade e amplitude da distribuição de entregas. Enfatizou também a inovação tecnológica firmando acordos de entrega de alimentos com aplicativos como Uber Eats e DoorDash e comprando empresas menores especializadas em machine learning e inteligência artificial.
Ele será susbtituído por Chris Kempczinski, atualmente presidente do McDonald’s nos Estados Unidos.
Independentemente dos sucessos de Easterbrook, o Conselho da empresa teve pouca margem para lidar com o comportamento do executivo em um momento em que até mesmo relacionamentos consensuais são alvo de discussões, especialmente quando há um desequilíbrio de poder.
Em maio, a empresa reformulou sua política de assédio após sofrer pressão de funcionários, advogados trabalhistas e membros do Congresso.
Em uma carta em resposta a uma pergunta da senadora americana Tammy Duckworth, do estado natal da rede, Illinois, Easterbrook disse que a empresa melhorou sua política e está comprometida “em garantir um local de trabalho sem assédio e sem preconceitos”.
Desafios para o novo presidente
Com Easterbrook fora de cena, caberá a Kempczinski continuar o avanço na entrega e nos pedidos on-line. Ele ingressou no McDonald’s em 2015 para supervisionar a estratégia global, desenvolvimento de negócios e inovação. Mais recentemente, atuou como presidente dos negócios nos EUA e, como Easterbrook, esteve profundamente envolvido no esforço para expandir a entrega on-line.
Com informações: O Globo