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Marcas potiguares de moda praia avançam no cenário internacional

FOTO: MORAES NETO

Pode um pequeno negócio exportar? Não só pode, como as marcas de moda praia do Rio Grande do Norte têm mostrado que estão avançadas na preparação para levar a autenticidade nordestina a outros países. Um exemplo disso foi a destacada participação potiguar no programa Exporta Mais Brasil, realizado em Natal, de 19 a 22 de agosto. O evento, promovido pela Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), contou com o apoio e mobilização do Sebrae-RN.

Durante os quatro dias de evento, 36 empresas de todo o Brasil, incluindo nove do Rio Grande do Norte – o estado com maior representatividade –, tiveram a oportunidade de apresentar seus produtos, como biquínis, maiôs, saídas de praia e acessórios, a 13 compradores de diversos países, entre eles Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Uruguai, Peru, Japão, Portugal, Reino Unido, Rússia e África do Sul. A programação incluiu visitas técnicas, um desfile, e foi finalizada com dois dias de rodada de negócios, onde representantes das marcas e compradores puderam dialogar pessoalmente sobre suas ofertas.

Após a finalização das rodadas, todas as movimentações de negócios serão acompanhadas, e acordos firmados até um ano após o evento serão contabilizados como resultado.

“Nossa expectativa é que bons negócios sejam concretizados, especialmente por empresas que nunca exportaram e que estão tendo sua primeira experiência em rodadas de negócios. Esperamos que possam realizar suas primeiras exportações,” destaca Sérgio Ferreira, representante da Apex-Brasil no Nordeste.

Sebrae-RN capacita pequenos negócios para exportação

“Estamos muito satisfeitos com o evento, especialmente pelo destaque que as empresas do nosso estado conquistaram”, celebra Verônica Melo, gerente da Unidade de Desenvolvimento Setorial do Sebrae-RN. As nove empresas potiguares que participaram do evento fazem parte do Projeto da Moda do Sebrae-RN, onde receberam capacitação para atender aos rigorosos requisitos do processo de exportação.

Durante essa preparação, os empreendedores foram capacitados com estratégias essenciais, e um dos aspectos mais importantes para que um pequeno negócio se destaque no mercado internacional é a capacidade de se diferenciar pela sua brasilidade, com produtos carregados de histórias e identidade. Quem busca o Brasil quer encontrar essa autenticidade, e as marcas que investiram nessa abordagem foram as que mais se sobressaíram”, complementa a gerente.

Esse interesse pela autenticidade brasileira, segundo Verônica, reflete uma tendência crescente entre os compradores internacionais de moda praia, que têm demonstrado grande apreço por produtos que trazem consigo a essência e a singularidade da sua região.

“Eles procuram marcas capazes de capturar e traduzir a identidade cultural única da região, incorporando histórias locais em criações que ressoam globalmente. O uso de materiais sustentáveis, técnicas artesanais tradicionais como crochê, rendas, e a valorização do saber-fazer local são altamente valorizados, pois agregam valor e autenticidade às peças”, relata Verônica Melo, gerente da Unidade de Desenvolvimento Setorial do Sebrae-RN.

A gerente ressalta ainda que esses compradores estão atentos à originalidade e ao design inovador, que refletem o lifestyle vibrante e a rica herança cultural do Brasil criando uma conexão emocional com o público global. “O mercado global deseja mais do que apenas moda, deseja história e significado em cada produto”, frisa.

Qualidade e autenticidade

A qualidade dos produtos e a autenticidade das estampas foram os aspectos que mais chamaram a atenção de Jenny Natalie, representante da magazine Falabella no Peru. Embora tenha considerado os preços variados – alguns bastante competitivos e outros um pouco mais elevados –, Jenny está otimista sobre as oportunidades futuras e solicitou catálogos para avaliar possíveis encomenda.

Marvin Ravells, diretor criativo da 3NY, boutique de moda de luxo nos Estados Unidos, dedicada à curadoria e promoção de designers emergentes de todo o mundo, ficou impressionado com os designs inovadores e a diversidade de estilos apresentados. Ele destacou que a loja está em processo de introdução de moda praia em seu portfólio e acredita que as marcas brasileiras podem ser uma adição perfeita à sua coleção.

Maristela Soares, fundadora da Mabi, é brasileira e possui lojas no Reino Unido, com vendas para vários países da Europa. Ela ficou animada ao fechar negócio com uma empresa de acessórios e está ansiosa para estabelecer uma parceria na confecção de produtos utilizando tecidos que já possui. Maristela elogiou a qualidade das marcas que conheceu e viu nelas um alto potencial de exportação, sugerindo que um maior investimento em tecidos naturais poderia se tornar um diferencial ainda mais marcante para o mercado internacional.

Novo ânimo para os negócios

“Estou muito feliz pelo retorno das rodadas de negócios para a moda praia. Para nós, é uma luz para mantermos nossos negócios sustentáveis durante todo o ano e vencermos a sazonalidade típica do setor”, compartilha Adriana Marques, sócia da Moulemar. A empresa produz peças para adultos e crianças. A empresa, em atividade há 30 anos, já participou de feiras de moda em países como Espanha, França e Singapura.

Maria Genuíno, que lançou sua marca homônima há apenas um ano, apostou em peças feitas à mão, como crochê, renda renascença e renda de bilro. Ela comenta que, enquanto alguns compradores demonstraram interesse e até agendaram visitas ao showroom, outros, mais acostumados com tecidos de malha, não se identificaram de imediato. No entanto, Maria Clara vê a oportunidade como valiosa, pois permitiu apresentar um novo olhar sobre a moda praia, destacando alternativas aos tradicionais tecidos estampados.

As irmãs Luiza e Lara Guimarães, estreantes em negociações para exportação, tinham como principal objetivo aprender e entender o mercado, além de identificar qual nicho seria mais interessante para ajustar seus processos e produtos visando à venda internacional. “Descobrimos essa possibilidade [de exportação] e agora estamos estabelecendo como uma meta nossa. Viemos para aprender e nos preparar para o mercado”, relatam.

Agora RN

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