SELO BLOG FM (4)

Mantega pediu R$ 5 mi a Eike para pagar dívida do PT, diz PF

O EX-MINISTRO DA FAZENDA GUIDO MANTEGA: ELE É UM DOS ALVOS DA OPERAÇÃO DE HOJE DA LAVA JATO. (FOTO: MARCELO CASAL JR.)

O EX-MINISTRO DA FAZENDA GUIDO MANTEGA: ELE É UM DOS ALVOS DA OPERAÇÃO DE HOJE DA LAVA JATO. (FOTO: MARCELO CASAL JR.)

O ex-ministro da fazenda durante os governos de Lula e de Dilma Rousseff Guido Mantega foi o alvo da 34ª fase da Operação Lava Jato,  deflagrada na manhã desta quinta-feira (22).

Preso pelos agentes da PF, o ex-ministro é suspeito de ter pedido R$ 5 milhões para Eike Batista, ex-presidente da OSX, no interesse do Partido dos Trabalhadores (PT) em novembro de 2012. A informação teria sido confirmada pelo próprio Eike em depoimento para a Polícia Federal.

Segundo as investigações, há indícios de que Mantega teria atuado “diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos” para o PT com o objetivo de sanar dívidas de campanhas políticas.

A nova etapa da Lava Jato revela uma fraude na construção de duas plataformas da Petrobras, construídas para exploração de petróleo na camada do pré-sal, em 2012.

Naquele ano, um consórcio formado pelas empresas Mendes Junior e OSX, o Integra Offshore, firmou um contrato no valor de US$ 922 milhões com a estatal para a construção das plataformas do pré-sal, mesmo sem ter tradição e experiência neste mercado, segundo o MPF.

A contratação teria se dado, portanto, mediante pagamentos feitos a agentes públicos e políticos.

Cerca de R$ 7 milhões teriam sido transferidos pela Mendes Junior para João Augusto Henriques, um operador financeiro ligado ao PMDB, e para o então diretor internacional da Petrobras, já condenado na Lava Jato. “Os repasses foram viabilizados mediante a interposição de empresa de fachada, que não possuía uma estrutura minimamente compatível com tais recebimentos”, diz a nota do MPF.

Além disso, segundo os procuradores da PF, foi identificado um repasse na ordem de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com base em um contrato falso com a Tecna/Isolux. O valor teria sido transferido no interesse de José Dirceu, preso pela Lava Jato. A PF diz que também há indícios do envolvimento de empresas ligadas ao ex-deputado André Vargas.

“Ainda há inúmeros fatos e denúncias envolvendo Dirceu. Nós vamos aprofundar as investigações”, afirmou o procurador Carlos Fernando em coletiva de imprensa.

Neste momento, cerca de 180 policiais federais cumprem 49 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão, 08 mandados de prisão temporária e 08 mandados de condução coercitiva. São apurados crimes de corrupção, fraude em licitações, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O nome Arquivo X, dado à nova etapa da investigação, é uma referência a colocação do “X” nos nomes das pessoas jurídicas integrantes de um dos grupos empresariais investigados.

Exame

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui