“Viveu intensamente”. Assim o irmão Maxwell Aciole, 34 anos, resume a vida do potiguar Matheus Aciole da Costa, de 23 anos, que até esta quarta-feira (1º) é a mais jovem dentre as vítimas do novo coronavírus no Brasil. Formado em gastronomia e cursando o terceiro período do curso de Nutrição, ele trabalhava com os pais na loja de bolos da família, e sonhava em ter uma doceria.
O jovem estava internado na UTI de um hospital privado da capital e morreu na tarde desta terça-feira (31), 12 dias após o surgimento dos primeiros sintomas de Covid-19. De acordo com os médicos, ele tinha obesidade, o que pode ter acentuado a doença. O corpo de Matheus foi sepultado na manhã desta quarta em um cemitério público da cidade.
De acordo com Maxwell, Matheus já nasceu em um ambiente de gastronomia. Desde 1994, antes do nascimento dele, a família tem uma loja em que vende bolos caseiros, no bairro Lagoa Nova, na Zona Sul da capital. “Ele sempre gostou dessa área e queria se especializar em doces finos, ter uma doceria”, conta o irmão.
Há cerca de dois anos, após se formar em gastronomia, o jovem passou a trabalhar na loja com os pais, seu Manoel Balbino, de 58 anos, e dona Elione, 56. Fabricava bolos de aniversário decorados, sob encomenda. Além disso, cursava Nutrição em uma faculdade particular. Estava no terceiro período, empolgado com o curso.
Alegre, simpático, de muitos amigos, o jovem gostava de uma “farra”, como lembra o irmão. “Não perdia um festa, um show. Gostava de forró, de sertanejo… no Carnatal, pulava três blocos por dia e depois ainda ia para os camarotes”, lembra. Maxwell afirma que não consegue lembrar de qualquer pessoa que tivesse raiva do irmão.
G1RN