Muitos pensadores costumam afirmar que, durante uma crise, aparecem infinitas possibilidades e problemas que precisam de soluções. O ano de 2020 obrigou essa máxima se tornar verdadeira para muitos empreendedores do Rio Grande do Norte.
Durante um dos anos mais complicados da história moderna recente, os potiguares responderam ao cenário global de retração e temor empreendendo. O Estado registrou um acréscimo de 20.688 novas empresas abertas somente na categoria de Microempreendedor Individual (MEI), mesmo em plena pandemia.
Os dados são da Receita Federal e comprovam que esse volume de novos negócios criados supera em mais de 17% o mesmo quantitativo de empresas abertas até dezembro de 2019, quando não foi verificado nenhum fenômeno atípico no mercado ou na economia, passando de 120,7 mil para 141,4 mil empresas registradas na categoria jurídica do MEI de um ano para o outro. Ao longo de 2019, as formalizações no Rio Grande do Norte totalizaram 19,4 mil negócios.
O gerente do Escritório Metropolitano do Sebrae no Rio Grande do Norte, Thales Medeiros, explica o que está por trás desses números. “As pesquisas GEM (Global Entrepreneurship Monitor) sempre indicaram que os dois maiores sonhos dos brasileiros eram ter uma casa própria e o próprio negócio. Oscilava a cada ano o que aparecia em primeiro lugar, no entanto, sempre eram esses dois os maiores sonhos”, lembra.
Mas, na visão do gerente do Sebrae-RN, a questão se tornou mais urgente quando começou a onda de desemprego, que ameaçou a renda das famílias. “Sempre que há perda de postos de trabalho, há um movimento natural de as pessoas empreenderem por necessidade para compensar essa perda do emprego”. Segundo Thales, o ambiente para a formalização está mais propício. “Em menos de uma hora, é possível abrir uma empresa como MEI e ter seu CNPJ sem muita burocracia. Isso favorece muito a formalização”, informa.
Thales Medeiros reconhece, porém, que houve muitos empreendedores potiguares que viram oportunidades na crise e conseguiram entregar soluções para questões impostas pela pandemia, desde o sistema de entrega às lojas virtuais. “Muitos empreendedores que já tinham negócios tiveram de se adaptar e outros abriram um, justamente para atender as demandas causadas pelo isolamento social”, lembra.
Mas a recomendação para os dois tipos de público é a mesma: planejamento. É preciso organizar a empresa, as finanças, estabelecendo metas e focando no público alvo. “O início do ano é uma época propícia para elaborar um plano de negócio e o Sebrae tem as ferramentas e pessoas que podem ajudar. Assim, o empreendedor consegue deixar o negócio mais competitivo e pronto para os desafios do mercado”, conclui o analista técnico do Sebrae.
Com informações do Agora RN