Os empresários são o único grupo da população economicamente ativa em que Jair Bolsonaro tem aprovação da maioria, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 25 e 26. Enquanto 56% deles consideram que o presidente está fazendo um governo ótimo ou bom, entre os assalariados essa avaliação cai para 32% e entre os sem registro, para 43%. A parcela dos que o aprovam é menor nos grupos dos funcionários públicos (28%) e dos que estão procurando emprego (26%).
Após a queda de 1,5% do PIB no primeiro trimestre divulgada nesta sexta (29), empresários e presidentes de grandes companhias dizem que a profundidade das próximas retrações vai depender da reação à pandemia. Para Sergio Leite, da Usiminas, o cenário que se instalou em março joga para longe a expectativa de retomada do crescimento.
“A pandemia afetou diversos setores econômicos de forma abrupta e severa, e as perspectivas se inverteram. Teremos novas quedas nos próximos trimestres, que exigirão medidas eficazes para que a indústria possa sobreviver”, afirma Leite.
Para Helton Freitas, diretor-presidente da Seguros Unimed, a falta de coordenação para enfrentar a Covid-19 no Brasil tem agravado os impactos. “O ponto central para o processo de retomada será a capacidade de os agentes econômicos e políticos do país buscarem se alinhar e se distensionar”, diz ele.
“A retração do segundo trimestre deve ser bem maior. O mais importante será a forma responsável da abertura da economia para não ter uma segunda onda. Se isso ocorrer, vejo uma boa recuperação no segundo semestre”, disse Marcelo Ometto, presidente do conselho de administração da São Martinho.
Folha de S. Paulo