
Após dias sem falar com a imprensa, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (27) que o Parlamento não pode ser instrumento de crise e incertezas. Maia expressou preocupação com a crise política que, segundo ele, vai acelerar ainda mais as incertezas e a piora de indicadores como a taxa de desemprego.
“O que nós não podemos, de forma nenhuma, é deixar que o Parlamento seja mais um instrumento de crise e de incertezas que infelizmente hoje têm sido geradas no nosso país”, disse ele a jornalistas.
O deputado defendeu que o foco recaia na agenda de ações para enfrentamento à covid-19. “A Câmara deve manter o seu foco naquilo que é principal, que é o enfrentamento ao coronavírus. A gente precisa ter paciência e equilíbrio para que a gente não amplie ainda mais uma crise que é do poder Executivo e que acredito que lá ela deva ficar. Aqui no Parlamento a gente deve construir as soluções.”
Questionado sobre a abertura de CPI para investigar as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro e pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, que já chegam a quase 30, Maia se colocou na posição de juiz e defendeu paciência e equilíbrio dos parlamentares. “Todos esses processos precisam ser pensados e refletidos com muito cuidado”, disse ele.
Troca de ministros
Ao comentar as saídas de Luiz Henrique Mandetta e de Sergio Moro do governo, Maia disse que nomeações e exonerações são “problema do governo”, mas admitiu que trocas ministeriais sempre geram insegurança no meio de uma pandemia.
Ele amenizou o discurso em relação ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem dirigiu críticas mais fortes nas últimas semanas. Segundo o deputado, o ministro goza de credibilidade e uma mudança agora, como foi ventilada nos bastidores nos últimos dias, pode ser interpretada de forma negativa pela sociedade.
“O que a gente espera é que, com menos turbulência, todos em conjunto possam construir um caminho para que o Brasil possa superar essa crise com um dano menor, com um número menor de perda de vidas, com um número menor de desempregados e, principalmente, com a renda não caindo tanto”, disse ele.
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