O Centro Sócio Pastoral Nossa Senhora da Conceição realizou pesquisa entre os dias 8 e 9 de dezembro em Mãe Luíza para conhecer a opinião dos moradores sobre as questões relacionadas ao fato do bairro ser Área Especial de Interesse Social e sobre a Zona de Proteção Ambiental 10 ou ZPA-10.
Foram entrevistadas 212 pessoas. O Nível de Confiança da pesquisa é de 95% e a estimativa de erro é inferior a 5%.
Quando perguntadas sobre a permanência do bairro enquanto Área Especial de Interesse Social, 96,22% da população a considerou “Positiva para os moradores” devido à proteção do perfil residencial do bairro, contra 3,78% que a consideraram “Negativa para os moradores”.
Já no tocante à Zona de Proteção Ambiental 10 ou ZPA-10, área situada entre o Parque das Dunas e o bairro de Areia Preta, quando perguntados sobre o seu uso, ou seja, se deveria permanecer como um espaço natural preservado coexistindo com um uso social e ecologicamente sustentável ou se deveria ser utilizada para fins comerciais, 100% dos entrevistados (ou 212 pessoas) apontaram para a necessidade de que tenha um uso social e ecologicamente sustentável.
De fato, situada nas dunas a própria existência do bairro se deve à gravidade dos problemas sociais do nosso país, pois a comunidade ocupou aquele território num contexto de pobreza extrema e de abandono pelo Poder Público. Essas questões sociais oferecem o contrapeso de legitimidade a uma ocupação que, fosse hoje, não teria nenhuma razão de ser perante o imperativo ecológico.
Isso significa, que não seria admissível, ou lógico, diante de uma questão ambiental maior como a que se coloca hoje, que o bairro viesse agora a ser ocupado com finalidade comercial ou que a última área de natureza a ser preservada, a ZPA-10, fosse liberada para ser devastada.
Acrescente-se a isso o fato de que o bairro de Mãe Luíza vem produzindo um processo de desenvolvimento muito raro em comunidades com o seu perfil.
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