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LUTO NO BECO DA LAMA: Natal perde Chico da Meladinha com suspeita de Covid-19

FOTO: DIVULGAÇÃO

O proprietário do bar da Meladinha Francisco Vieira dos Santos, 62 anos, morreu nesta terça-feira (9) após dar entrada na UTI do hospital municipal de Natal. Ele faria 63 anos nesta quarta-feira (10). O laudo oficial do óbito ainda não foi divulgado, mas o médico que o acompanhou garantiu à família que os sintomas indicam que a causa da morte foi Covid-19.

Chico da Meladinha, como era conhecido, comandava o bar no Beco da Lama ao lado da esposa Neide Dantas. O estabelecimento abrigou até os anos 1990 o lendário bar do Nasi, cujo dono Nasi Canaã foi o criador da tradicional meladinha, bebida à base de cachaça, limão e mel.

De acordo com a viúva, Chico começou a sentir falta de ar por volta das 3 horas da madrugada da segunda-feira (8) e foi dirigindo o próprio carro até o hospital dos Pescadores. Após chegar à unidade, foi internado e em poucas horas encaminhado até a Unidade de Terapia Intensiva no hospital municipal de Natal, onde foi entubado com o auxílio de um respirador. Apesar da assistência, Chico não resistiu.

– Colocaram oxigênio no hospital dos Pescadores e depois levaram para a UTI do municipal. Os médicos disseram que os pulmões estavam comprometidos, foi muito rápido, mas ele foi muito bem assistido também. O médico disse que mesmo que o resultado dê negativo ele vai colocar que foi Covid-19 porque os sintomas indicam que foi a Covid-19”, disse Neide.

Neide Dantas passou a manhã no cartório resolvendo as pendências de registro de óbito. Ela foi informada que não poderia haver velório em razão da doença.

Neide e Chico estavam casados há 30 anos, sendo 20 deles à frente do bar da Meladinha. Ele deixa um filho e um neto.

“Era o neto que ele mais amava. Imaginei que fosse cuidar dele até o final, ele numa cadeira de rodas, cabelo branco, bem velhinho. Mas é a vida”, lamentou.

Ela afirmou que vinha respeitando as medidas de isolamento social, mas abriu o bar algumas vezes durante as últimas semanas. Questionada se tem ideia de como o marido pode ter sido infectado, Neide disse que não:

– Abria o bar uma vez ou outra só. A vida estava normal, dormia, acordava, tomava café, de vez em quando uma cachacinha… não faço ideia de como pode ter pego”, disse.

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