Ao convocar os militantes do PT a fazer doações, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, em São Paulo, que o partido precisa encontrar mecanismos para se auto-financiar e não precisar “ficar fazendo negociata atrás de um fundo”. Mais adiante, o petista disse, porém, ser defensor da criação do fundo público para financiar as eleições.
— Quem tem que financiar as nossas armas somos nós mesmos. Nós precisamos voltar a ter, junto com a campanha de filiação, uma campanha de convencimento de que uma pequena contribuição de cada companheiro pode ajudar o PT a não precisar de dinheiro empresarial e não ficar fazendo negociata atrás de um fundo que a sociedade compreenda que possa ser imoral para o partido — declarou Lula, durante o lançamento de uma campanha virtual da legenda para atrair novos filiados.
Apesar de ter relacionado o fundo a uma eventual “negociata”, o ex-presidente foi contraditório, em seguida, ao defender a sua implantação:
— Sou defensor do fundo partidário. Acho que é a forma mais democrática de fazer política neste país. A sociedade tem que saber quanto vai custar uma eleição, quanto cada partido tem direito e vai fiscalizar.
Em outro momento, Lula ironizou os partidos que pretendem mudar de nome. O PMDB, do presidente Michel Temer, passará a se chamar MDB. O DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estuda uma mudança em sua denominação, além de legendas menores como o PTN, que virou Podemos, e o PEN, que passará a se chamar Patriota.
— Os partidos estão com vergonha de dizer que são partidos políticos. As pessoas estão inventando nome. Daqui a pouco é maionese, é vamos que vamos, é nós podemos, nós queremos. Nascemos PT e queremos terminar sendo PT.
Fonte: O Globo