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Lula define escalação final de seus 37 ministérios; veja quem são

FOTO: DIVULGAÇÃO

Depois de um trabalho intenso, depois de muita tensão, depois de muita conversa e muito ajuste, terminamos de montar primeiro escalão do governo — afirmou Lula logo ao subir ao palco do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona a transição.

Entre os nomes que anunciados estão da senadora Simone Tebet (MDB) para o Planejamento, Marina Silva (Rede) que voltará a chefia do Meio Ambiente após 14 anos — a ambientalista ocupou o mesmo ministério durante os dois governos do petista, entre 2003 e 2008 — e o de Sonia Guajajara (PSOL-SP), que será a ministra dos Povos Indígenas.

Na montagem do futuro ministério, Lula deixou sob a influência do PT postos-chave da administração como Fazenda, Casa Civil, Educação e Desenvolvimento Social, mas barganhou áreas importantes para atrair apoio de MDB, União Brasil e PSD, que representam 28% das cadeiras da Câmara e 38% do Senado. Entregou pastas de relevância a futuros aliados como Cidades, que ficará com Jader Filho (MDB-PA) e Transportes, com o senador eleito Renan Filho (MDB-AL).

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) assumirá Agricultura e o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) Minas e Energia. Diante da insatisfação de deputados do PSD pela escolha de dois senadores, Lula decidiu ampliar o espaço da legenda e entregou à legenda de Gilberto Kassab um terceiro ministério, a Pesca, que ficará com o deputado federal André de Paula (PSD-PE).

Já o cobiçado Ministério de Integração Nacional ficará com o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), um indicado do senador Davi Alcolumbre (União Brasil), numa vaga que estava reservada para o União. O presidente da legenda, Luciano Bivar, porém, disse não se tratar de uma escolha da sigla, que indicou os deputados Daniela do Waguinho (RJ), no Turismo, e Juscelino Filho (MA), nas Comunicações.

Ao entregar Comunicações ao União Brasil, Lula precisou deslocar o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), para quem já havia sido prometida a pasta. A saída foi oferecer ao deputado petista o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que dias antes havia sido ofertada ao líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG). Reginaldo era dado como certo no Desenvolvimento Agrário até a tarde de quarta-feira, mas acabou rifado em meio ao novo arranjo político para acomodar o PSD e União Brasil, que ficarão com três ministérios cada.

A demora para os anúncios ocorreu devido a pressão de bancadas importantes como União Brasil e PSD. O União Brasil tem 59 deputados e insistiu no nome de Elmar Nascimento (BA) para Integração Nacional, nome com forte rejeição do PT devido às posturas do deputado, contrário a pautas dos partidos e com manifestações recentes contrárias a Lula. Ele acabou preterido e defendeu a independência do partido em relação ao governo.

— O que for bom para o Brasil e ruim para o PT, a gente vota contra. A posição do partido é de independência. As indicações não são partidárias, são convites pessoais do presidente Lula. Não há indicação de executiva, de filiados. As votações, na Câmara e no Senado, vão mostrar a independência — disse Elmar ao GLOBO na manhã desta quinta-feira.

Já o PSD na Câmara, que terá 42 parlamentares em 2023, também demonstrou insatisfação com o espaço recebido e tratou a oferta da Pesca como “troféu de consolação” após o veto ao nome do deputado Pedro Paulo (RJ), que era cotado para assumir o Turismo. O parlamentar teve o nome rejeitado por pessoas próximas a Lula por uma acusação de agressão contra sua ex-mulher. Na época, ele negou ter agido com violência e o inquérito que apurou o caso foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal em 2016.

Veja todos os nomes anunciados hoje:

  • Gonçalves Dias – Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Paulo Pimenta (PT) – Secretaria de Comunicação (Secom)
  • Carlos Fávaro (PSD) – Ministério da Agricultura
  • Waldez Góes (PDT) – Ministério da Integração
  • André de Paula (PSD) – Ministério da Pesca
  • Carlos Lupi (PDT) – Ministério da Previdência
  • Jader Filho (MDB) – Ministério das Cidades
  • Juscelino Filho (União Brasil) – Ministério das Comunicações
  • Alexandre Silveira (PSD) – Ministério de Minas e Energia
  • Paulo Teixeira (PT) – Ministério do Desenvolvimento Agrário
  • Ana Moser – Ministério do Esporte
  • Marina Silva (Rede) – Ministério do Meio Ambiente
  • Simone Tebet (MDB) – Ministério do Planejamento
  • Daniela Souza Carneiro [Daniela do Waguinho] (União Brasil) – Ministério do Turismo
  • Sonia Guajajara (PSOL) – Ministério dos Povos Originários
  • Renan Filho (MDB) – Ministério dos Transportes

O Globo

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