Um dia após Marcelo Crivella publicar um vídeo nas redes sociais dizendo que havia mandado recolher o livro “Vingadores a cruzada das crianças” na Bienal do Livro, os exemplares da história em quadrinhos se esgotaram em apenas 39 minutos na feira. Agora, após o fim da polêmica, o livro que custava cerca de R$ 40 está sendo vendido por até R$ 250 na internet.
Nos sites dos grandes varejistas o livro também esgotou. Já em sites de compra e venda em que qualquer pessoa pode anunciar os preços variam de R$ 60 a R$250. Em um dos anúncios em que a obra é vendida a R$ 199 o vendedor descreve o livro como a “HQ proibida”.
Nos comentários dos anúncios, os possíveis compradores reclamam do preço e um dos vendedores, que afirma ter 44 exemplares a R$ 165 cada, rebate:
“Entendo que esteja alto, essa edição virou ambição para pessoas que simpatizaram pela causa e principalmente por colecionadores. Se a Salvat decidir reimprimir provavelmente o preço vai abaixar, mas por enquanto a informação que temos e que eles descontinuariam a coleção.”
Reação à censura faz faturamento até triplicar em estandes na Bienal
Até o fechamento desta edição, a organização do evento estimava um total de quatro milhões de livros vendidos, dos 5,5 milhões disponíveis no evento. E os organizadores perceberam um momento de virada: o fim de semana que se seguiu à tentativa de censura do prefeito Marcelo Crivella a um gibi representando dois homens se beijando, na última sexta-feira. A organização da Bienal chegou a falar em crescimento de 60% nas vendas ante 2017, mas depois voltou atrás, dizendo que esse número ainda precisa ser confirmado.
A tentativa de censura acabou ajudando na promoção daquilo que se queria censurar. E os beneficiados foram além da “Vingadores: Cruzada das Crianças” — título da Marvel onde aparecia o tal beijo que ofendeu o prefeito —, que teve todos os exemplares vendidos. Refletiu-se também no aumento de público nos estandes e de livros comprados em geral. No último sábado de evento, algumas editoras triplicaram o faturamento em relação ao mesmo dia na edição anterior. E a alta procura não estava relacionada apenas a livros com temática LGBT, mas a todos os títulos do catálogo.
Fonte: Extra