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Líder dos hackers confessa invasão aos celulares de Moro e Deltran

O HACHER INFORMOU QUE ALÉM DA INVASÃO AOS CELULARES DO MINISTRO E DALLAGNOL, TAMBÉM HOUVE ROUBO DE DADOS E ATÉ MESMO SEQUESTRO DE LINHAS DE TERCEIROS. Foto: Adriano Machado / Reuters

Walter Delgatti Neto, considerado o líder do grupo preso nesta terça-feira, 23, confirmou à Polícia Federal ter sido responsável pela invasão dos celulares de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outras centenas de autoridades dos três poderes. Delgatti está colaborando com as investigações.

Ele permitiu que a PF tivesse acesso a todos os seus arquivos armazenados em nuvem e confirmou aos investigadores que o material divulgado pelo Intercept é fruto do ataque cibernético. Segundo Delgatti, houve casos apenas de invasões a celulares, outros de roubo de dados e ainda de sequestro da linha para simular conversas com terceiros.

Juiz afirma que “Há fortes indícios de que suspeitos de hackear celulares integram organização

Ao autorizar a PF (Polícia Federal) a prender, em caráter temporário, quatro dos suspeitos de acessar, sem autorização, os telefones celulares de autoridades públicas como o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, afirmou enxergar “fortes indícios de que os investigados integram organização criminosa”.

Em sua decisão, o juiz disse que a PF apresentou “Um histórico de possíveis crimes” que os investigados praticaram em conjunto para “violar o sigilo telefônico de diversas autoridades públicas brasileiras via invasão do aplicativo Telegram”.

“As prisões temporárias dos investigados são essenciais para colheita de prova que por outro meio não se obteria, porque é feita a partir da segregação e cessação de atividades e comunicação dos possíveis integrantes da organização criminosa, podendo-se com isso partir-se, sendo o caso, para provas contra outros membros da organização e colheita de depoimentos de testemunhos sem a influência ou interferência prejudicial dos indiciados”, disse.

Foram presos temporariamente nessa terça-feira:

  • Danilo Cristiano Marques, em Araraquara (SP);
  • Gustavo Henrique Elias Santos, em São Paulo (SP);
  • Suelen Priscila de Oliveira, em São Paulo (SP);
  • Walter Delgatti Neto, em Ribeirão Preto (SP).

Além das detenções temporárias, Oliveira autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão em sete endereços ligados aos suspeitos, nas cidades de Araraquara, Ribeirão Preto e São Paulo.

Também permitiu a quebra do sigilo das mensagens eletrônicas dos investigados, determinando às empresas Apple, Google, Uol/Bol e Microsoft que forneçam os dados cadastrais, os registros IP de acesso e todos os dados e arquivos em nuvem relativos às contas de e-mail dos suspeitos que tenham sido armazenados nos últimos 6 meses.

Por fim, o juiz deferiu o pedido de quebra do sigilo bancário de Danilo, Gustavo, Suelen e Walter, determinando ao Banco Central comunicar a decisão judicial às instituições bancárias com as quais os quatro tenham se relacionado de 1º de janeiro deste ano a 17 de julho. Valores superiores a R$ 1 mil disponíveis nas contas dos suspeitos deverão ser bloqueados.

De acordo com a PF, Gustavo movimentou em sua conta bancária R$ 424 mil de 18 de abril a 29 de junho deste ano. Sua companheira, Suelen, movimentou pouco mais de R$ 203 mil de 7 de março a 29 de maio. Ainda segundo a PF, Gustavo, um DJ, de 28 anos, informou ao banco em que tem conta que seu rendimento mensal é da ordem de R$ 2.866. Suelen informou ganhar, mensalmente, R$ 2.192.

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os policiais federais apreenderam R$ 100 mil na casa de Gustavo. De acordo com o advogado Ariovaldo Moreira, defensor do casal Gustavo e Suellen, a quantia apreendida seria usada para a compra de bitcoins (criptomoeda). “Ele garante ter como comprovar a origem do dinheiro apreendido”, afirmou Moreira.

Com informações: Poder360

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