O senador Jean Paul Prates (PT/RN), líder da minoria no senado, protocolou o 146º pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro. Desta vez, o pedido é baseado no fato de que o presidente teria “convocado e promovido publicamente, de modo leviano e inconsequente, atos antidemocráticos no sete de setembro”. Além disso, o documento acusa o presidente de se “comportar de forma desrespeitosa contra magistrados do STF e do TSE”.
O pedido de impeachment cita as declarações de Jair Bolsonaro durante a convenção do Partido Liberal, realizada no Rio de Janeiro, no último dia 24 de julho – “Convoco todos vocês agora para que todo mundo no sete de setembro vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez! Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo.” O discurso, noticiado pela maioria dos órgãos de imprensa brasileiros, segundo o documento, incitou apoiadores a atentarem contra o regime democrático por ocasião das vindouras comemorações de sete de setembro, e proferiu novas agressões contra instâncias do Poder Judiciário.
O senador Jean Paul Prates afirma que as atitudes de Bolsonaro são um atentado contra a democracia. “Não se trata de força de expressão ou de liberdade de pensamento. O presidente da República é e deve se comportar como a representação maior da nossa democracia. Bolsonaro sabe do poder que detém, enquanto presidente, e usa disso para incitar pessoas contra as instituições e contra o regime democrático. Isso é crime de responsabilidade!”
O pedido é o segundo apresentado pelo líder da minoria apenas no mês de julho e, se seguir o caminho dos outros já apresentados por instituições da sociedade civil e parlamentares, deve repousar na gaveta do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas/AL).