Um estudo realizado pelos pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) apontou que 56.840 potiguares estão com atraso no registro de imunização da segunda dose da vacina contra covid-19 no Rio Grande do Norte. De acordo com o laboratório, a sétima regional de Saúde, que contempla as cidades de Natal, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Extremoz, possui o maior número de pessoas em atraso: 34.486. Desse quantitativo, 34.478 aguardam a CoronaVac e oito a vacina de Oxford.
Ainda segundo o LAIS, esse levantamento teve o objetivo de apurar quais cidadãos estão com o registro de 2ª dose (D2) a vencer nos próximos 30 dias. No período de 19 de janeiro de 2021 a 26 de abril de 2021, foram analisados pouco mais de 640 mil registros de vacinação na plataforma RN + Vacina. No relatório, os pesquisadores ressaltaram que o objetivo é “subsidiar os gestores das secretarias de saúde estadual e municipais no monitoramento e governança do processo de imunização com foco em mitigar desabastecimentos relacionados às doses D2 dos cidadãos vacinados até o momento”.
Atualmente, o registro de vacinação na campanha covid-19 2021 no Rio Grande do Norte – RN tem sido operacionalizado com dois fabricantes, a Coronovac/Butantan e Oxford/Astrazeneca. Ambas as vacinas têm indicativo de duas doses para que se complete o esquema vacinal, conforme recomendações do fabricante, sendo adotados os intervalos de 21 a 28 dias na aplicação da Coronavac e 80 a 90 dias na Astrazeneca.
“Cabe destacar que existe um déficit de registros por parte de alguns municípios, já que esses fazem a opção por registrar em papel em um primeiro momento para posteriormente lançar no sistema. Com isso, é possível que haja mais D2 atrasadas, já que algumas pessoas podem ter tomado a D1 e ela não ter sido inserida no sistema, como também podem existir pessoas que já tomaram a D2 mas a mesma ainda não foi inserida no RN+Vacina”, destacaram os pesquisadores no relatório.
Alguns municípios do estado potiguar, como Natal, precisaram suspender a aplicação da segunda dose até que uma nova remessa de vacina chegue ao solo potiguar. O LAIS orienta que o cidadão deve receber a segunda dose relacionada ao seu esquema vacinal no período estabelecido, a fim de assegurar uma melhor eficácia da vacina dentro da melhor janela imunológica identificada nos estudos clínicos realizados. “Desta forma, se faz necessário empreendimento de esforços visando assegurar à disponibilidade de doses para população-alvo convocada no período compatível ao recebimento de sua primeira dose”, disse os pesquisadores em trecho do relatório.
No início desta semana, a governadora Fátima Bezerra voltou a cobrar ao Ministério da Saúde celeridade no envio de mais vacinas para o Rio Grande do Norte e solicitou formalmente ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, lote extra de vacina para atender as pessoas que estão próximas do prazo de receber a segunda dose da Coronavac.
Portal da Tropical