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Justiça do RN absolve professoras acusadas de maus-tratos e tortura contra filhas adotivas

FOTO: DIVULGAÇÃO

A Justiça do Rio Grande do Norte decidiu inocentar as professoras Vândiner Ribeiro e Ivana Teixeira, que foram presas preventivamente em fevereiro de 2024 sob a acusação de maus-tratos, tortura e violência psicológica contra uma criança e uma adolescente adotadas por elas em 2021.

O caso foi registrado no dia 2 de fevereiro de 2024, com a prisão das professoras ocorrendo nas primeiras horas do dia, no bairro Parque das Nações, em Parnamirim, na Grande Natal. A investigação teve início após um boletim de ocorrência registrado em 26 de janeiro de 2024, em uma cidade do interior do estado, sobre um possível crime de maus-tratos contra as menores. As professoras foram ouvidas pela polícia e negaram as acusações.

Alívio e superação
Para Ivana, a absolvição trouxe uma sensação de renascimento. “A sensação, inclusive, eu relatei para os meus amigos e amigas, que era como se eu estivesse me afogando e fui retirada de uma piscina. Eu me senti voltando à vida”, relatou.

Já Vândiner descreveu o último ano como um “inferno”. “A gente teve um ano de inferno e, nesse ano, tivemos estresse pós-traumático, depressão… todos os CIDs possíveis para quem viveu o que a gente viveu. Afinal de contas, a gente continua sofrendo”, detalhou.

Impacto da prisão
Segundo elas, o momento mais difícil de toda a experiência foi a prisão. “Na prisão a gente não podia fazer nada. É uma loucura você pensar que você é inocente, que você não fez absolutamente nada, que você foi movida pelo amor: a adoção para nós sempre foi um ato de amor, nós nunca nos arrependemos da adoção”, afirmou Ivana.

Reconstrução da vida e da carreira
O casal agora busca reconstruir suas vidas, especialmente no aspecto profissional, que foi fortemente impactado pelas acusações. “Eu senti que a minha vida profissional foi muito abalada, especialmente pelos temas que eu trabalho: eu trabalho com as questões dos direitos humanos, a questão da negritude, dos direitos da mulher, sexualidade. Então, para mim, viver o que eu vivi, ser acusada das coisas que eu fui acusada, é uma destruição muito grande”, considerou Vândiner, que retornou para a sala de aula nesta segunda-feira (17).

No campo legal, Ivana e Vândiner ainda avaliam, junto a suas advogadas, a possibilidade de ingressarem com ação judicial.

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