A juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Execuções Penais (VEP) de Curitiba, negou recurso apresentado pelo fotógrafo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para entrevistá-lo na prisão, com uso de gravador e câmera ou bloco de anotações e caneta. Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial de Lula desde o primeiro mandato, argumentou à Justiça que diversos presos no Brasil já concederam entrevistas à imprensa, como o ex-senador Luiz Estevão, o traficante Marcinho VP e Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais.
Ele citou ainda casos ocorridos no exterior, como o do ex-presidente da Iugoslávia Slobodan Milosevic, que concedeu entrevista por telefone dentro do centro de detenção do Tribunal Internacional Criminal, em Haia.
A juíza voltou a afirmar que, ainda sendo preso provisório, Lula está sujeito às regras do sistema de restrição de liberdade e “não está no pleno gozo dos direitos assegurados aos cidadãos livres”. Disse ainda que o fato de outros presos terem realizado entrevistas isso não significa “autorização genérica ou precedente” e que a condição de pré-candidato de Lula é auto declarada, ou seja, a candidatura não está formalizada e não tem condição de modificar as regras.
O recurso de Stuckert, chamado agravo, foi apresentado na última segunda-feira, em caráter de urgência, depois que a juíza havia negado pedido dos advogados de Lula para gravar vídeos, conceder entrevistas e fazer, por meio de videoconferência, atos de pré-campanha, além de participar “presencialmente” da convenção do PT.
Carolina Lebbos também havia proibido filmagens na sede da Polícia Federal (PF), onde Lula cumpre pena desde o último dia 7 de abril. O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex do Guarujá.
O Globo