O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse lamentar pessoalmente a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, mas garantiu que a detenção não repercutirá na tramitação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara porque se trata de uma “questão pessoal dele (Geddel)”.
A prisão de Geddel, um dos mais próximos aliados de Temer, aconteceu três dias depois da liberação de outro ex-assessor do presidente — Rodrigo Rocha Loures — e após declarações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que, enquanto estivesse com a caneta, continuaria “mandando flexadas”. Jucá não quis ligar a prisão de Geddel à declaração de Janot, vista no governo como uma ameaça de que continuaria agindo para fazer Temer sangrar.
— Não vou prejulgar o Janot. Sou muito conciencioso dos meus atos e das minhas palavras — disse Jucá.
Sobre a tramitação da denúncia contra Temer na Câmara, Jucá disse que isso não pode ser a pauta única do governo e “é preciso tocar o país”. O senador também avaliou que não é necessariamente obrigatório que o partido feche questão na bancada da Câmara contra a autorização para que o Supremo Tribunal Federal processe Temer.
— Não precisa fechar questão, pois isso não é questão partidária, é questão de foro íntimo, de julgamento. A bancada do partido, se quiser, vai pedir no âmbito Câmara. A posição do presidente do partido é analisar qualquer pedido e agir como juiz — disse Jucá.
Ele lembrou que o partido não fechou questão no caso do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, porque era uma questão processual que estava na Câmara.
— Você não vai chegar num julgamento e ir no jurado para fechar questão. Respeitamos a posição dos nossos deputados — disse o líder do Governo.
Fonte: O Globo