A juíza da comarca de Abadiânia (GO), Rosângela Rodrigues Santos, aceitou nesta quarta-feira a segunda denúncia oferecida contra o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus. Agora, ele é réu em duas ações penais, em ambas pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude.
Essa segunda denúncia, apresentada na terça-feira pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), é baseada no relato de 13 vítimas. Os crimes relacionados a oito depoimentos já prescreveram, mas foram incluídos mesmo assim na denúncia, onde as vítimas aparecem como testemunhas de corroboração.
Na terça, quando a denúncia foi apresentada, o advogado de João de Deus, Alberto Toron, classificou como “medonha” a atuação dos membros do Ministério Público. “Não nos dão vista de nada, marcam interrogatório um dia antes no próprio MP, a defesa é obrigada a ler tudo em 20 minutos antes do interrogatório. Ele é ouvido e a denúncia (que já estava pronta) é protocolizada na manhã seguinte. É a antítese do que deve ser um processo no Estado democrático de Direito”, diz o texto.
João de Deus está preso há um mês no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia. Além das duas ações penais, ele também foi indiciado pela Polícia Civil por posse ilegal de armas de fogo.
Os relatos das vítimas dão conta de abusos que teriam sido praticados do ano 1990 até julho de 2018. Por um desses abusos, o médium é acusado de violação sexual mediante fraude. Com base no relato de outras quatro vítimas, a denúncia apresentada pelo MP foi de estupro de vulnerável. Todos os crimes teriam sido cometidos durante atendimentos espirituais realizados em Abadiânia (GO).
O Globo