SELO BLOG FM (4)

Isolamento social é único meio de combater Covid-19, defendem líderes do Cidadania

FOTO: REPRODUÇÃO

Diante das pressões para que a quarentena seja levantada, partido reafirma necessidade de evitar que a doença se propague rapidamente entre a população e leve o sistema de saúde ao colapso

Líderes do Cidadania reafirmaram nesta segunda-feira (6), em reunião da Executiva Nacional, realizada por videoconferência, que o isolamento social é a medida mais assertiva nesse momento no combate à Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. “A posição adotada pelo presidente Bolsonaro é inconsequente porque rompe a unidade do seu próprio governo e atenta contra o combate à pandemia”, disse o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire.

Na avaliação do líder do partido na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), o país vive uma crise sem precedentes. Ele defendeu o isolamento e o apoio ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que é favorável à continuidade da quarentena. “O isolamento duro é o mais eficaz para sairmos com menos dano da crise”, argumentou.

Jardim ainda falou da dificuldade do presidente Jair Bolsonaro em fazer frente à crise. “O governo Bolsonaro nunca esteve tão nu. Ele deixou evidente as suas fragilidades, deixou claro a sua incapacidade de dirigir o país. Atua como alguém que emula seus seguidores e não aglutina o país, não toma iniciativas”, reforçou.

Já o deputado federal Daniel Coelho (PE) também reafirmou a necessidade de manter o isolamento e criticou a postura do presidente, contrário à medida. “Bolsonaro está se enrolando sozinho, se autodestrói pelas posições completamente equivocadas e desconectadas da realidade”, afirmou.

Coelho mostrou descontentamento com a Medida Provisória 936/20, que permite a redução dos salários dos trabalhadores da iniciativa privada. “Os partidos políticos, o governo e o Congresso não fizeram nenhum gesto de corte. Não dá para pedirmos sacrifício para o informal e a gente não se incluir”, justificou o parlamentar.

Durante a reunião, a líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA), lembrou que o Cidadania tem se posicionado “de forma inteligente”, como “partido da construção e da unidade”. Ela defendeu a taxação das grandes fortunas para combater a pandemia.

“Esse é um grande debate hoje no Brasil. O governo vai aumentar o gasto público em função da pandemia e não sabemos ao certo o desdobramento disso, o que de fato irá acontecer nos próximos meses e anos”, completou. Segundo a senadora, a proposta deve entrar na ordem do dia até a próxima semana.

O senador Alessandro Vieira (SE), por sua vez, reprovou a condução do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, a seu ver, mostra incapacidade diante da crise. “Não está mostrando capacidade de entender o cenário e desenhar respostas. O momento é de ampliação de transferência de renda, mas está com dificuldade de formatar isso. O Congresso vem tentando suprir essa lacuna”, avaliou.

O senador Jorge Kajuru (GO) também repreendeu a fala do presidente Jair Bolsonaro de que integrantes do governo “viraram estrelas” e que ele não tem medo de “usar a caneta”. Para ele, o presidente é aquele tipo de “pessoa que aciona a boca e não liga o cérebro”.

Em decorrência do coronavírus, esta é a primeira vez que a Executiva do Diretório Nacional do Cidadania se reúne remotamente. O formato agradou a todos os membros que sugeriram a continuidade dos debates por videoconferência.

Nota de pesar

O presidente Roberto Freire propôs, durante o encontro, nota de pesar pela morte do empresário e ex-vice prefeito de Macapá Allan Sales, o que foi aprovado por unanimidade pela Executiva. Sales faleceu, neste último domingo (5), em seu apartamento, após grave acidente doméstico.

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui