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Intenção de consumo cai em dezembro após quatro altas seguidas, aponta CNC

O RESULTADO MOSTRA QUE AS FAMÍLIAS BRASILEIRAS ESTÃO MAIS CAUTELOSAS NO ÚLTIMO MÊS DE 2019. FOTO: REPRODUÇÃO

O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 0,8% em dezembro, interrompendo uma sequência de quatro altas consecutivas, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado mostra que as famílias brasileiras estão mais cautelosas no último mês de 2019. A entidade avalia que o resultado pode ter sido influenciado por uma possível antecipação de compras de fim de ano em novembro – sobretudo por conta da Black Friday –, quando o índice registrou aumento de 1,3% em relação a outubro.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, apesar do resultado negativo em dezembro, o cenário permanece benigno, amparado por fatores como inflação e juros baixos. “Imaginávamos que as intenções de gastos poderiam regredir ligeiramente em dezembro, mas os sinais em curso continuam indicando um consumo crescente, considerando que os orçamentos vêm sendo irrigados com recursos adicionais, como FGTS, PIS/Pasep e 13º salário”, afirma Tadros.

Em dezembro, apenas dois dos sete componentes do ICF cresceram: Momento para Duráveis (3,6%) e Emprego Atual (0,6%). Em sentido inverso, responderam pela diminuição, principalmente, Perspectiva Profissional (-3,0%), Nível de Consumo Atual (-2,8%) e Perspectiva de Consumo (-1,6%).

No acumulado de 2019, o ICF cresceu 5,6%, sustentado pelo entendimento de que a situação se apresenta 13,6% mais propícia para Aquisição de Bens Duráveis, assim como 9,1% maior para Compras a Prazo. Para Antonio Everton, economista da CNC responsável pela pesquisa, a elasticidade desses componentes indica potencial para compras de novos eletrodomésticos, tanto em virtude do aumento do poder aquisitivo quanto em função das chances de endividamento. “Nessas condições, o acesso ao crédito apresenta-se um pouco melhor, alavancado por maiores prazos de financiamento, fazendo com que as prestações caibam no orçamento das famílias”, explica o economista.

Com o resultado de dezembro, o ICF atingiu 96,3 pontos, mantendo-se na zona considerada de insatisfação, em que está desde abril de 2015 – quando marcou 102,9. Apesar deste posicionamento, verifica-se que a intenção de gastos tem subido na comparação anual. Em dezembro do ano passado, por exemplo, o índice alcançou 91,2 pontos. Já em 2017, ficou em 81,7.

Regional

No recorte por região, o maior grau do ICF aparece no Sul do País (105,3 pontos), a única região que registra índice de satisfação. Na sequência, aparece o Centro-Oeste (100,5 pontos), levemente acima da zona de indiferença. As demais regiões encontram-se no nível de insatisfação, com maior intensidade no Nordeste (-3,2%).

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