A opinião pública critica de forma negativa a realização do carnaval no Rio Grande Norte. Pelo menos é esse o termômetro observado na grande maioria de mais de uma centena comentários gerados no Instagram, após reportagem veiculada na Tribuna do Norte, nesta sexta-feira, repercutir entrevista do presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Rio Grande do Norte (SHRBS-RN), Habib Chalita, que anuncia a intenção dos empresários dos setores representados pela Fecomércio em encaminhar carta conjunta ao Poder Público justificando a necessidade de manutenção do feriado no período de Carnaval e enumerando os possíveis prejuízos a dezenas de segmentos empresariais.
“Sério que ainda estão pensando no Carnaval? O povo morrendo e as pessoas saindo p comemorar sem o mínimo de respeito à dor do outro. Lembrando que TODOS nós podemos ainda passar por isso”, lamentou a internauta Patrícia Marcos no Instagram da Tribuna. “Se vão morrer uns 300, 350 mil, lamentável, mas a economia não pode parar”, ironizou Neto.
A suspensão do feriado de Carnaval no Rio Grande do Norte já é questionada por parte do setor empresarial potiguar. Na semana passada, a Prefeitura do Natal e o Governo do Estado informaram que suspenderiam o ponto facultativo no Poder Público durante o Carnaval, além de determinarem a proibição de festas públicas e privadas durante o período. A medida, no entanto, não foi seguida por diversos setores, que mantiveram a suspensão do trabalho para dias do Carnaval, como comércio, supermercados, bancos e outros órgãos públicos, como Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa.
Segundo Chalita, a suspensão do feriado pode prejudicar diretamente a recuperação do setor de hotéis, bares e restaurantes, já que a aposta para esse ano era que o turismo regional, com os próprios potiguares e turistas de estados vizinhos circulando pelo Rio Grande do Norte, amenizasse os prejuízos acumulados no setor durante a pandemia da Covid-19. Para Chalita, era necessária uma discussão junto ao setor antes de uma decisão como essa. “É necessário que o setor também seja consultado com relação a esses últimos decretos, sobre o ponto facultativo. Eu me pergunto: será que as pessoas que promovem o turismo interno terão a liberdade de viajar? O turismo interno é prejudicado diretamente por esse decreto. O Rio Grande do Norte passa por uma situação difícil economicamente, agora é que os números estão aparecendo após um ano de desastre na saúde e na economia. O Carnaval, que é um momento de ocupação, onde o litoral se vê em receita e cadeia produtiva lucra, foi cortado em virtude do cancelamento do feriado. Isso vem prejudicar gravemente a cadeia”, defendeu.
Contudo, o argumento de Chalita foi rebatido frontalmente nas redes sociais. “Que o povo morra mas eu continue ganhando dinheiro”, ironiza o internauta Gilberto. A maioria dos leitores defendem que “a vida deve estar em primeiro lugar em detrimento da economia”.
“Deveria ser criado uma lei abolindo de vez o carnaval”, radicalizou Felipe Nascimento. Para tentar retomar os feriados, os empresários tiveram uma reunião na quinta-feira (4), onde levantaram as alternativas e apresentaram os dados que serão encaminhados ao Governo do Estado e Prefeitura do Natal.