“Demônios”, “fariseus”, “diabos”, “Deus acima de tudo”, “terrorismo religioso”, “Bolsonaro usa Deus, Deus usa Lula”. As frases ditas pelos dois candidatos que lideram as pesquisas para a Presidência da República nesta largada de campanha remetem a uma “guerra santa” para angariar votos de fiéis.
Para Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, manter a hegemonia entre o eleitorado evangélico representa uma chance de virada sobre o ex-presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva, candidato do PT e líder nos levantamentos. Já o petista vê a possibilidade de ganhar no primeiro turno caso cresça no segmento.
Pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira (15/8) mostrou que Bolsonaro tem 47% das intenções de voto entre evangélicos – uma vantagem considerável em relação ao ex-presidente Lula, que aparece com 29% nessa faixa do eleitorado. No cômputo geral, Lula obteve 44% da preferência. Bolsonaro, 32%.
A “guerra santa” também inclui as esposas dos dois candidatos. Evangélica, Michelle Bolsonaro inaugurou a provocação, ao discursar em Belo Horizonte, há duas semanas, dizendo que o Planalto era “consagrado a demônios”.
“Podem me chamar de fanática, podem me chamar de louca. Eu vou continuar louvando nosso Deus. Vou continuar orando. Porque, por muitos anos, por muito tempo, aquele lugar (Palácio do Planalto) foi consagrado a demônios”, disse.
O petista lembrou a gestão da pandemia de Covid-19 e acusou Bolsonaro de ser “negacionista”. “Não acreditou na ciência, não acreditou na medicina, não acreditou nos governadores. Bolsonaro, você acreditou na sua mentira, porque, se tem alguém que é possuído pelo demônio, é esse Bolsonaro, que é um mentiroso”, ressaltou Lula.
O petista rebateu insinuações de que o PT fechará igrejas e acabará com a Marcha para Jesus, explorada por Bolsonaro durante o período de pré-campanha.
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