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Inflação oficial ganha força e fica em 0,52% em julho

 ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS TEM A MAIOR VARIAÇÃO PARA JULHO DESDE 2000.  (FOTO:MARCELO CAMARGO)


ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS TEM A MAIOR VARIAÇÃO PARA JULHO DESDE 2000.
(FOTO:MARCELO CAMARGO)

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, atingiu 0,52% em julho. No mês anterior, o IPCA havia chegado a 0,35%, segundo informou nesta quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com este resultado, o acumulado no ano foi para 4,96%, menor que os 6,83% registrados em igual período do ano anterior. Considerando os últimos 12 meses, o índice é de 8,74%, pouco abaixo dos 8,84% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2015, o IPCA registrou 0,62%.

De acordo com Eulina Nunes, coordenadora de índices de preços do IBGE, a “culpa” de a inflação voltar a ganhar força em julho é “especialmente” do feijão e do leite. “Na verdade, os alimentos aumentaram muito e vários, mas o feijão e o leite se destacaram”, disse.

Eulina diz que a taxa de inflação poderia ser ainda maior se a demanda não estivesse reduzida, levando em conta tanto a pressão dos alimentos como o aumento dos custos e a volatividade do dólar que atinge vários setores e bens adquiridos em geral. “Considerando que o país está vivendo retração no consumo e desemprego, os resultados do índice acelerando mostram que, apesar da redução da demanda, existem custos que estão pressionando os resultados”, diz.

Recorde de alimentos e bebidas
Com 65% de participação no IPCA do mês, o grupo alimentação e bebidas registrou a mais elevada variação para os meses de julho desde 2000, quando a alta atingiu 1,78%. Em julho de 2016, inflação de alimentos e bebidas chegou a 1,32%.

Em julho, o leite foi a principal contribuição individual na inflação do mês, com aumento de 17,58%. Em segundo lugar, destacou-se o feijão, com alta de 32,42%, informou o IBGE. O arroz também mostrou aumento de 4,68% na média. “Com isto, o feijão com arroz, prato típico da mesa do brasileiro, passou a custar bem mais”, analisou o instituto.

“Mas não só o arroz com feijão, a gente tem aumento nos ovos, no pão, farinha de trigo, no frango”, disse Eulina.

Segundo ela, em geral, no mês de julho, os alimentos tendem a puxar as taxas do IPCA para baixo. “É período de oferta maior de alimentos, o que faz com que os preços se estabilizem ou até se reduzam. Neste mês de julho, especialmente, a taxa dos alimentos foi para 1,32% por função de problemas climáticos que afetaram as lavouras. É menor oferta de forma geral provocada pelo clima”, explicou.

“O feijão carioca é o mais consumido [no país], e ele está pressionando os outros também porque as pessoas estão optando por outros tipos de feijão porque ele está muito caro”, diz Eulina.

Eulina explica que o preço do feijão sobe por escassez de oferta. “Chuva na época de plantio, seca quando estava mais para frente, que acabou com as lavouras em abril mais ou menos, e teve frio, geada, porque o Paraná é o principal produtor do feijão”.

No caso do leite, Eulina afirmou que o motivo de o preço estar mais caro também é a escassez provocada por questões climáticas.

A coordenadora explicou ainda que o leite tem mais peso que o feijão sobre o total da inflação. Por isso que mesmo com variação menor do que a feijão, o leite foi o primeiro no ranking de maior impacto no IPCA do mês de julho.

G1 SP

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