De acordo com o Índice FreteBras do Preço do Frete, em maio, o Rio Grande do Norte registrou a maior alta no valor do transporte (+18,72%), na comparação com o mês de abril. O estado registrou uma média de R$1,12 por quilômetro rodado por eixo no período, sendo o segundo frete mais caro do Brasil, atrás apenas do Amazonas, com R$1,21 por quilômetro rodado por eixo.
“O preço do frete é amplamente impactado pela lei da oferta e demanda. Quando não há caminhoneiros suficientes para realizar os fretes disponíveis, as transportadoras passam a oferecer preços mais altos para atrair os motoristas. Foi o que aconteceu no Rio Grande do Norte, onde o volume de fretes triplicou desde o início do ano e a quantidade de caminhões disponíveis permaneceu igual.”, comenta Bruno Hacad, Diretor de Operações da FreteBras.
O índice, que compara o preço do frete com o custo do diesel S500 na bomba, um gasto que representa cerca de 50% do gasto dos caminhoneiros, apresenta um cenário preocupante em todo o País. Porém, no Rio Grande do Norte, a realidade parece positiva, já que o preço do combustível aumentou 4,36% de abril a maio de 2021. Porém, no comparativo com maio de 2020, a alta no preço do diesel na bomba foi de 56,88% no estado, enquanto o preço do frete caiu 4,05%.
Ao analisar o cenário nacional, os estados do Tocantins (+10,34%) e Mato Grosso do Sul (+10,29%) também registraram altas expressivas no preço do frete, ocupando, respectivamente, a segunda e terceira posições no ranking das maiores altas no período. Por outro lado, São Paulo e Rio de Janeiro, que detém juntos o maior volume de fretes, tiveram a maior queda no valor praticado por km rodado por eixo de -1,58% e -2,38%.
Estabilidade no preço do frete, alta no diesel
Os sucessivos aumentos no preço do óleo diesel S500 não foram repassados para o caminhoneiro no custo do frete. Segundo o estudo, de maio de 2020 a maio de 2021, o valor do transporte por quilômetro rodado por eixo teve leve aumento de 0,24%. Entretanto, no mesmo período, o diesel S500 subiu 47,18% na bomba.
“Nós vemos que a situação do preço do frete tem sido uma das maiores preocupações e queixas do mercado. A inflação acima de 8% nos últimos 12 meses e o preço do diesel dando um salto fazem com que o custo do transportador aumente exponencialmente. Desde que começamos a publicar o índice, em fevereiro deste ano, maio foi o mês mais crítico neste quesito”, comenta Hacad.
De acordo com o IFPF, o preço médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil foi de R$ 1,01, em maio. Considerando a comparação entre abril e maio de 2021, o preço do frete ficou praticamente estável, caindo 0,14%, enquanto o preço do diesel comum na bomba aumentou 6,38%, segundo o relatório da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Analisando somente o mês de maio, a região Norte é a que apresentou o quilômetro por eixo mais caro do país, com o valor de R$ 1,09. Na sequência estão Nordeste (R$ 1,02), Centro-Oeste e Sul, ambos com R$ 0,99, e Sudeste (R$ 0,98).
Ao comparar a evolução do preço entre maio de 2020 e maio de 2021, a região Sudeste apresentou a maior alta, alcançando 2,33%, enquanto o diesel S500 na bomba subiu 47,35% na região, no mesmo período. Os fretes do Centro-Oeste registraram o pior resultado no mesmo período, com queda de -1,23% no preço por km rodado por eixo. No mesmo período, a região registrou a segunda maior alta do país no diesel comum na bomba, 47,79%, no comparativo ano a ano.
Fretes por segmento
Com mais de 6 milhões de cargas publicadas no último ano, a FreteBras confirma que o destaque fica com os fretes de construção, que aumentaram 5,17% por km rodado por eixo, na comparação entre os meses de maio do ano passado até maio de 2021. Comparando abril com maio, o preço dos fretes permaneceu praticamente estável. Analisando esse período, as variações nos três principais setores foram de 1,20% no agronegócio, 2,10% na construção e -0,26% para produtos industrializados.
Metodologia
Os dados que compõem o Índice FreteBras de Preço do Frete (IFPF) têm base no fluxo de dados da FreteBras, principalmente nas informações extraídas da tecnologia Análise de Rota, oferecida gratuitamente pela empresa para que os clientes possam analisar o custo do frete nas rotas desejadas. Com mais de 540 mil caminhoneiros cadastrados e 13 mil empresas assinantes, os fretes publicados na plataforma cobrem 95% do território nacional. Foram analisados também os preços de combustíveis publicados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), principal índice de preço de combustíveis no Brasil.