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Impeachment: Dilma diz que vai lutar até o último minuto

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A PRESIDENTE DISSE QUE TEMER E CUNHA SÃO “SÓCIOS NO GOLPE” E PROPÕE UM PACTO SE BARRAR O IMPEACHMENT. (ANDRÉ COELHO/O GLOBO)

 

A presidente Dilma Rousseff recebeu no início da manhã um grupo de dez jornalistas para uma entrevista no Palácio do Planalto. Na conversa de mais de duas horas, Dilma admitiu a possibilidade de derrota na votação de domingo. Já no final da entrevista, foi direta em relação ao seu futuro político no caso de o impeachment prosperar:

— Se eu perder, sou carta fora do baralho.

Embora tenha ressaltado que não faria “uma entrevista bem comportada”, Dilma queria basicamente passar alguns recados:

*Associar Michel Temer e Eduardo Cunha, a quem chamou de sócios.

*Dizer que o impeachment é golpe (“impeachment sem fundamentação é um salto no escuro que marcará profundamente a história política do Brasil”).

* E propor um pacto, se conseguir barrar o impeachment no domingo.

Na entrevista, dada no Palácio do Planalto, tendo ao seu lado o ministro Edinho Silva, Dilma atacou com violência a dupla Cunha e Temer (“Só não sei quem é o chefe e o vice-chefe. Mas eles são sócios. Um não age sem o outro.”). Em relaçao ao pacto, ficou uma interrogação no ar. Dilma não conseguiu detalhar uma agenda para a ideia. Se disse aberta ao diálogo com a oposição a quem convidaria para conversar.

Em nenhum momento, Dilma conseguiu se dizer otimista em relação à votação de domingo. Mas garantiu que lutará “até o último minuto contra esta tentativa de golpe”. A presidente criticou também o relatório aprovado na Comissão do Impeachment, na segunda-feira. Qualificou-o de “uma fraude”.

Os alvos preferidos foram mesmo Temer e Cunha. No caso de Cunha faz parte da estratégia do Planalto usar a merecidamente péssima (e bota péssima nisso) imagem pública do peemedebista para tirar a legitimidade do impeachment. De olhos um pouco vermelhos e demonstrando irritação apenas ao falar do impeachment, Dilma negou-se também a fazer qualquer autocrítica sobre sua relação com o Congresso. Garantiu que não passa pela sua cabeça a possibilidade de enviar ao Congresso um projeto propondo eleições gerais.

Fonte: Lauro Jardim/O Globo

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